Redação AI 05/12/2001 – De acordo com Ariel Antonio Mendes, vice-presidente científico da União Brasileira de Avicultura, diretor-presidente da Facta e professor titular da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnica da Unesp, o grande evento da avicultura brasileira em 2001 foi o anúncio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre o programa para certificação de área livre das doenças de New Castle (NC) e Influenza Aviária (IA), no segmento de corte. “Esta certificação implicará diretamente na abertura de novos mercados para a carne de frango brasileira”, revela. Mendes diz que países como a China, Indonésia e Argentina, que têm questionado sobre o controle dessas enfermidades na produção avícola, poderão abrir suas portas para o frango brasileiro se a condição de área livre for comprovada.
O programa – O Ministério da Agricultura dividiu o programa para certificação de área livre de New Castle e Influenza Aviária em duas etapas. A primeira etapa, que deverá ter início até o final deste ano, consiste na coleta de amostras para a sorologia do plantel avícola. Nesse sentido, dividiu o Brasil em três zonas: Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e Centro-Oeste. De cada zona serão colhidos 485 lotes de amostras (cada lote compreende 15 animais), totalizando 21.825 testes ELISA. Mendes explica que as amostras serão analisadas pelo laboratório Lara, de Campinas, sob orientação do Ministério. A coleta de sangue das aves será feita nos abatedouros com SIF das regiões. “Esta primeira etapa deverá durar cerca de três meses”, calcula.
Após os exames da primeira etapa, de acordo com o professor, a certificação do Brasil com áreas livres das doenças estará praticamente formalizada. “Não há incidências dessas enfermidades em granjas comerciais brasileiras. Portanto, já podemos contar com a certificação”.
A segunda etapa do programa será representada pelo período chamado de acompanhamento. “Nesta etapa serão realizados sete ciclos de testes, compreendendo 245 lotes de cada uma das três zonas, sendo 15 aves para cada lote (7 x 245 x 3 x 15). Isso totaliza 77.175 testes ELISA, num período de um ano”, esclarece.