Redação (10/03/2009) – Pelo menos 30 aviários da região Sudoeste do Paraná registraram perdas significativas este ano por causa do calor. A informação é do médico-veterinário responsável pelo serviço público de defesa sanitária animal na região, Darci Lucini. Para ele, as altas temperaturas são a causa de inúmeras mortes de aves de corte e muitos produtores já acumulam prejuízos.
Sempre que ocorrem perdas acima de 10% dos animais alojados em uma granja, é obrigatória a vistoria do órgão competente para descobrir se a causa é relacionada a problemas sanitários ou não, antes de encaminhar para o devido descarte dos animais. Durante as recentes visitas técnicas às propriedades, Lucini, que é encarregado de emitir esses laudos, tem atestado não a presença de problemas sanitários, mas a incidência de infarto devido aos picos de calor. “As aves de corte não suportam as altas temperaturas e em picos de calor elas ficam sujeitas a morrerem por complicações cardiovasculares, o chamado infarto”, disse.
Na semana passada, um raio atingiu o transformador de uma propriedade no município de Itapejara d’Oeste e a falta de energia elétrica durante toda a madrugada interrompeu os serviços de ventilação e nebulização do aviário, que são técnicas usadas para baixar a temperatura ambiente. Com o calor excessivo, a perda foi de mais de quatro mil aves que estavam prestes a atingir o ponto de abate e isso significa, no sistema integrado, que os prejuízos econômicos sejam de aproximadamente R$ 5.000,00 para o produtor e entre R$ 10mil a R$ 12 mil para as agroindústrias.
Investigação
O médico-veterinário da Seab investigou mortes ocorridas em outras duas propriedades localizadas no município de São João, onde ocorreram perdas acima de 10% dos plantéis e também atestou que o calor está matando os animais.
De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, o calor não deve dar trégua ao Sudoeste paranaense nos próximos dias. Em março, que mal começou, apresentou até agora a média de 32,2ºC frente a uma marca histórica de 28,8ºC.