Redação AI 08/07/2004 – 06h38 – O Ministério de Agricultura chinês advertiu que embora o atual novo surto de gripe do frango na província de Anhui, no leste da China, seja um caso isolado por enquanto, “existe a possibilidade de que se descubram novos casos em outras partes do país”, em uma notificação publicada hoje, quinta-feira, pela imprensa oficial.
O fato de a fazenda afetada, na cidade de Chaohu, se encontrar numa zona montanhosa isolada faz com que os especialistas acreditem que o vírus chegou através de aves migratórias, o que abre a possibilidade de que esses mesmos pássaros tenham espalhado a epidemia por outras áreas.
Zhang Zhongqiu, alto funcionário do Ministério da Agricultura, destacou em declarações ao jornal oficial “China Daily” que não se teve notícias de novos focos, mas na quinta-feira foram enviadas circulares a todos os departamentos de saúde do país para que tomem medidas “com o fim de evitar que a gripe do frango passe ao ser humano”.
O novo surto foi anunciado em 6 de julho, quase quatro meses após se declarar erradicada a chamada “gripe do frango” na China e, desde o anúncio, se ordenou o sacrifício de 22.000 aves e a vacinação de outras 120.000.
Para evitar a propagação do mortal vírus H5N1, se ordenou o sacrifício de todas as aves num rádio de três quilômetros ao redor da fazenda afetada e o comércio com aves de curral em dez quilômetros ao redor, enquanto equipes sanitárias usaram duas toneladas de desinfetante no local.
Num estudo publicado na quinta-feira pela revista britânica “Nature”, afirma-se que o vírus H5N1, um dos causadores da gripe do frango, se tornou endêmico na Ásia e “conseguiu uma base ecológica, que pode torná-la uma ameaça para os seres humanos”.
O surto do início do ano, que afetou dez países de Ásia, causou a morte de 24 pessoas no Vietnã e Tailândia, mas não houve casos em humanos em território chinês, onde se ordenou o sacrifício de nove milhões de aves.
Na China, onde o primeiro caso ocorreu em 27 de janeiro, se declararam 49 focos de uma doença que pode transmitir-se de aves a outros animais de fazenda ou a pessoas, embora por enquanto não tenham se registrado contágios de humano a humano.