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Cientistas dizem que vírus da gripe aviária está mais forte

Especialistas aumentaram o alerta sobre a carne de ave congelada e resfriada.

Redação AI 29/01/2004 – 04h50 – Cientistas de Hong Kong disseram nesta quarta-feira que a quantidade incomum de patos que estão morrendo em conseqüência da gripe aviária no sul da China indica que o vírus tornou-se mais forte, o que pode aumentar o risco de contaminação de humanos. Os especialistas também aumentaram o alerta sobre a carne de ave congelada e resfriada. Segundo eles, o vírus letal H5N1 pode sobreviver durante anos em temperaturas de até 70C negativos, mas pode morrer se a carne for cozida de maneira apropriada.

A China confirmou na terça-feira que o H5N1 matou patos na província de Guangxi, que se tornou o décimo lugar da Ásia a ser atingido pela doença que matou oito pessoas naquela região durante as últimas semanas.

“Os vírus H5 são geralmente menos letais para patos, então é incomum ver tantos morrendo. Isso significa que essa forma específica, H5N1, tornou-se mais perigosa e pode causar muitas mortes de aves e ainda aumentar a chance de mais pessoas contraírem a doença”, disse o Leo Poon, da Universidade de Hong Kong.

A gripe atacou populações de aves em todos os lugares que apareceu. O maior medo é que o H5N1 se combine com a gripe humana e lance uma pandemia entre pessoas sem imunidade. O vírus da gripe aviária passou de galinhas para humanos pela primeira vez, em 1997, em Hong Kong, contaminando 18 pessoas e matando seis delas.

Hong Kong já proibiu a importação de frango de locais afetados pela gripe, e Poon defende que o governo comece a fazer inspeções rígidas em frangos congelados ou resfriados, além de patos, em lojas, armazéns e nos produtos importados. Apesar de haver indícios de que o vírus sofreu mutação, especialistas estão divididos sobre se a vacina, que foi usada em aves de Hong Kong e em partes da China, perdeu a utilidade.

A vacina foi preparada para uma forma mais fraca do vírus, o H5N2, mas Poon acredita que sirva para prevenir o H5N1. Frederick Leung, da Universidade de Hong Kong, tem outra opinião:

“A vacina H5N2 fornece proteção e é efetiva em 80 por cento dos frangos. Mas é baseada na versão de 1997. Se houve mutação, qualquer cientista dirá que a proteção será de menos de 80%, ou mesmo nenhuma.”