A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) recebeu, nesta terça-feira (11/2), a visita do veterinário Herbert Schneider, líder da missão técnica oficial da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que está no Brasil para monitorar as ações do serviço veterinário brasileiro. O objetivo da comitiva é acompanhar as iniciativas do Brasil em termos de controle sanitário, visando a atender às exigências do mercado mundial.
Na abertura do encontro, realizado a pedido da OIE, o vice-presidente diretor da CNA, Eduardo Riedel, destacou o foco do setor agropecuário brasileiro no mercado internacional, com o objetivo de conquistar cada vez mais mercados para a carne brasileira, o que reforça a importância de se ter um serviço veterinário eficiente. “Recentemente, abrimos escritórios da CNA na China e na União Europeia para entender melhor estes mercados. Estamos conversando mais com os agentes de comércio internacional dos mercados onde os produtos brasileiros estão inseridos”, afirmou.
O líder da missão da OIE lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a aderir ao sistema adotado pela organização para avaliar a evolução dos serviços veterinários no mundo, conhecido como PVS (Performance Vision Strategy), há sete anos, sendo o primeiro na América Latina. Neste contexto, ele destacou as contribuições do Brasil para o PVS e a preocupação do país com o bem estar animal. Na época, o Brasil foi escolhido pela OIE para avaliação inicial de implementação deste sistema.
Acompanhado da técnica Ana Batalha, Schneider, que é presidente do grupo ad hoc da OIE sobre avaliação dos serviços veterinários, conheceu um pouco mais sobre o funcionamento do sistema sindical rural e as ações desenvolvidas pela CNA para contribuir com o poder público no controle da sanidade do rebanho brasileiro. Uma das iniciativas apresentadas aos membros da OIE foi a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), ferramenta desenvolvida pela CNA, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o objetivo de formatar um banco de dados unificado, com todas as informações referentes ao rebanho bovino dos 27 estados.
“A maior parte dos estados já aderiu à PGA, que será a maior plataforma de banco de dados do mundo”, disse o coordenador de sanidade da CNA, Décio Coutinho, que explicou os detalhes do funcionamento da plataforma aos técnicos. Entre as vantagens oferecidas pela PGA, estão a emissão eletrônica da Guia de Trânsito Animal (GTA), a integração entre os elos da cadeia produtiva, e transparência nas informações dos animais (local de nascimento, deslocamento, comercialização, etc.), dando mais credibilidade à carne brasileira.
Para o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, que também é presidente da Comissão Regional da OIE para as Américas, o Brasil tem uma responsabilidade global em razão das relações comerciais que mantém com o mundo e tem feito “o dever de casa” no que diz respeito ao controle rigoroso da sanidade animal para a conquista de mais mercados. Como resultado deste controle, ele disse que, em breve, todo o território brasileiro deverá ser reconhecido como área livre de febre aftosa. Também participaram do encontro, representantes do Ministério das Relações Exteriores e de federações de agricultura e pecuária.