Redação (23/06/06)- Programas importantes para o agronegócio ficam com participação muito reduzida ou até mesmo nenhuma no total de gastos do governo federal com agricultura. A rubrica Vigilância Sanitária, por exemplo, não recebeu recursos federais no ano passado, segundo números da execução do Orçamento pelo Tesouro Nacional, citados na pesquisa “Gastos Públicos em Agricultura: Retrospectiva e Prioridades”, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Há um conjunto amplo de programas com montantes inexpressivos”, diz o coordenador geral de Planejamento Estratégico da Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, José Garcia Gasques, que é um dos autores do estudo junto com Carlos Monteiro Villa Verde e Eliana Teles Bastos.
Para um país que teve prejuízo bilionário com a febre aftosa no ano passado e sofre com o fungo da ferrugem asiática na soja, chama a atenção o baixo volume de recursos para a prevenção e fiscalização de doenças.
Enquanto o programa de Desenvolvimento da Economia Cafeeira recebeu R$ 1,275 bilhão no ano passado, equivalentes a 15,2% dos recursos federais para agricultura e o de agricultura familiar, o Pronaf, recebeu R$ 1,872 bilhão (21,13% do total), o de Defesa Sanitária Vegetal em geral teve R$ 14,6 milhões (0,17%) e o de Defesa Sanitária Animal recebeu R$ 92 milhões (1%).
E isso porque os recursos para este programa cresceram cerca de 50% de 2004 para 2005, em virtude da crise da febre aftosa nos bovinos. Mesmo com o aumento, os recursos destinados à Defesa Sanitária Animal em 2005 foram 33% menores que no ano de 2000.