O Ministério da Agricultura decidiu suspender a etapa de vacinação contra febre aftosa em bovinos de até 12 meses que seria realizada na região de fronteira com a Bolívia no Estado de Mato Grosso em fevereiro. A decisão, conforme fontes do ministério, foi baseada em critérios técnicos atendendo a uma solicitação do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea). Dessa forma, o calendário da região será igual ao resto do Estado, com duas etapas anuais, em maio e novembro.
A suspensão só foi autorizada, segundo as fontes, porque estudos de imunidade em animais da região indicaram que não haveria queda no grau de proteção do rebanho. Por isso, a medida é benéfica, na análise da Agricultura, para reduzir gastos dos produtores rurais e redirecionar recursos humanos previstos na vacinação para outras atividades, como fiscalização na faixa de fronteira e vigilância ativa nas propriedades.
Apesar da decisão, o Departamento de Saúde Animal (DSA) do ministério fez algumas recomendações ao serviço veterinário oficial de Mato Grosso. Uma delas é manter e ampliar as estruturas e mecanismos de vigilância implantados. De acordo com nota do DSA, é “fundamental prevenir a reintrodução do vírus na zona livre do país, considerando os riscos que ainda ocorrem no país vizinho”.
O cancelamento da etapa de fevereiro não preocupou a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). O superintendente da entidade, Luciano Vacari, diz que o Estado está há 16 anos sem um foco da doença e que os índices de vacinação superam 99,7%. “Não é que aquele rebanho vai ficar sem vacinação, mas vai ter o mesmo calendário de outras regiões”, diz. A responsabilidade do governo, afirma, continua a mesma. “Não é pelo fato de terem abolido a etapa de fevereiro que vai diminuir a responsabilidade do governo de fiscalizar e controlar. Deve existir uma fiscalização maior do rebanho nas duas etapas de vacinação”.