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Famasul critica acusação do ministro Guedes quanto a febre aftosa

<p>A declaração do ministro foi publicada em jornal impresso e virtual e causou desconforto em toda diretoria da Famasul.</p>

Redação SI (21/08/06)- O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Ademar Silva Júnior, rebateu a declaração do ministro da Agricultura Luís Carlos Guedes Pinto, que acusou o produtor rural de responsável pela febre aftosa no ano passado no Mato grosso do Sul. A declaração do ministro foi publicada em jornal impresso e virtual e causou desconforto em toda diretoria da Famasul. “O produtor está sendo punido por ter vacinado e agora é acusado de não vacinar, isso é no mínimo incoerente. O Mapa precisa saber o quer de nós, antes de sair fazendo acusações”, disse.

Segundo Ademar Júnior, são os produtores que arcam com todo custo da sanidade animal do Estado e o governo deveria pelo menos estar atento ao rebanho dos assentamentos e aldeias indígenas, locais que segundo o presidente, surgiram os focos de febre aftosa do ano passado. “O ministro deveria que lembrar que 60% das áreas com problemas foram em assentamentos e aldeias, onde a responsabilidade é do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Funai”, destacou.

Para vacinar o rebanho bovino do Estado, hoje estimado em cerca de 25 milhões de cabeça, os produtores rurais investem R$ 500 milhões, se considerado valor de R$ 20 por cabeça/ano. De acordo com os levantamentos da Famasul o orçamento do Mapa para o Estado de R$ 25 milhões, não chega a um real por cabeça, além disso todo recurso é utilizado no setor administrativo da Iagro (Agência Estadual de Sanidade Animal e Vegetal). No ano de 2003 foram alocados recursos na ordem de R$1.2 milhões para sanidade. Já em 2004 somente R$ 800 mil, sendo que somente a metade chegou ao destino, a outra parte foi repassada em 2005.

Para a Famasul, a falta de uma política agropecuária tem prejudicado o setor que mais gera emprego e divisas para o país. O Mato Grosso do Sul é ainda mais dependente do agronegócio, sendo que 32% do Produto Interno Bruto (PIB) provêm desta categoria.

“Precisamos de uma proposta para a defesa sanitária do país, mas parece que faltam pessoas que realmente conhecem as funções para qual foram nomeadas”, afirmou Ademar, destacando que está procurando as Universidades e os institutos do Estado para, em parceria com a Famasul, desenvolverem um amplo trabalho em defesa da sanidade animal do Mato Grosso do Sul.