Redação AI 17/03/04 15:30 – Dispondo de mecanismos preventivos e estratégias de atuação de controle já bem estruturados, pode-se afirmar com certa tranqüilidade que a avicultura brasileira está preparada para agir com rapidez e eficiência na eventual entrada do vírus de Influenza Aviária no Brasil. Certa tranqüilidade porque em se tratando de um vírus, por mais medidas e procedimentos que se adote sempre existirão os chamados “fatores imponderáveis” a permitir sua incidência no País.
Apesar do solidez do esquema preventivo (e combativo, se necessário) montado para conter a introdução da I.A. em território nacional, a avicultura brasileira ainda tem algumas vulnerabilidades pontuais que estão sendo, paulatinamente, resolvidas.
Para resolver o problema o setor avícola programou um série de reuniões nos estados com representantes do setor privado, do governo federal, do estado, da UBA e da Abef. “Essa reuniões já eram para ter sido iniciadas em janeiro mas como fomos atropelados pela questão da Ásia tivemos que pará-las”. Segundo ele, é importante que o próprio setor prontifique-se a ajudar o governo no intuito de eliminar o mais rápido possível essas deficiências. Mendes cita o exemplo do Estado de São Paulo que está contratando veterinários com recursos oriundos de uma convênio firmado com a Secretaria de Agricultura. “São soluções como essa que precisamos encontrar para eliminar essas deficiência dos Estados”, diz.
Fundo de Indenização – Uma outra questão considerada fundamental e que vem sendo exaustivamente debatida pelo setor é a composição de um Fundo Nacional de Indenização. Nos últimos anos a UBA estimulou a formação de fundos de indenização estaduais, tanto que vários estados já o possuem. Porém, a experiência holandesa (que sacrificou metade de seu plantel infectado por I.A.) na indenização de seus produtores mostrou à entidade a importância da formação de um fundo nacional. “Quando a Holanda sacrificou metade de sua avicultura nos demos conta de que o dinheiro que os estados têm isoladamente é muito pequeno. No caso do surgimento de surto na Bahia ou no Amazonas, por exemplo, quem pagaria a conta?”, indaga o presidente da Facta.
Já o médico veterinário Paulo César Martins, representante da Euribrid no Brasil e América Latina, alerta que a formação de um fundo de indenização depende exclusivamente do empenho da indústria e dos produtores. “Não adianta imaginar que o governo federal vai simplesmente tirar o dinheiro do bolso e pagar os produtores que mataram suas aves. Isso tem que partir da indústria e de toda cadeia”, afirma.
(Veja todas as medidas e procedimentos que a avicultura brasileira está adotando para evitar a entrada e a eventual disseminação da Influenza Aviaria no Brasil na próxima edição da revista Avicultura industrial).