Redação (01/11/06) – Apenas neste ano, foram detectados focos da doença no Rio Grande do Sul e no Amazonas. Nessa terça-feira (31-10) nenhum país anunciou veto aos frangos brasileiros em virtude da constatação da doença em Mato Grosso, estado que responde por 1,8% das exportações de aves. Desde o ano passado, o País sofre com embargos de mais de 50 países por questões sanitárias.
“É um problema recorrente e, para o mercado internacional, é muito ruim porque a gente perde a credibilidade”, diz José Vicente Ferraz, diretor da AgraFNP. Para o analista da Safras & Mercado, Paulo Molinari, não deverá haver embargos por conta da ocorrência da doença em Mato Grosso, pois é uma enfermidade comum em outros países. “O problema é que houve queda no investimento em sanidade. O aumento da nossa produção não está acompanhando o volume aplicado para a fiscalização sanitária”, diz. A Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (Abef) não quis se pronunciar sobre o tema.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento confirmou um foco de newcastle em Lambari dOeste, em uma propriedade de criação de aves de subsistência. A suspeita da doença foi notificada em 15 de agosto passado, quando foram recolhidas amostras dos animais. O resultado virológico identificou de newcastle com IPIC de 1,7. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) considera amostras com IPIC superior a 0,7 como patogênicas. Os trabalhos de investigação epidemiológica realizados até o momento não identificaram novas propriedades com suspeita da doença.
O governo determinou a formação de zonas de proteção – a três quilômetros do foco – e de vigilância – a 10 quilômetros – e a restrição de trânsito de animais e produtos de risco.