Redação AI 26/10/2005 – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o setor privado vão criar um grupo de emergência para reforçar as ações de prevenção e monitoramento da influenza aviária no território brasileiro. O anúncio foi feito hoje pelo ministro Roberto Rodrigues após participar de uma reunião com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, e representantes do Ministério da Saúde e da cadeia produtiva da avicultura para tratar do assunto.
Maior exportador mundial de carne de frango, com embarques estimados em 3 milhões de toneladas neste ano, o Brasil quer continuar como área livre da doença.
O objetivo da reunião foi estabelecer uma ação conjunta público-privada em relação à gripe aviária. Temos que monitorar a doença em todo o mundo. Além disso, precisamos reforçar as medidas de prevenção contra a doença e criar mecanismos de vigilância disse Rodrigues.
Entre as medidas previstas está a ampliação da capacidade dos detectores de metais instalados nas áreas de desembarque internacional dos aeroportos brasileiros, para que possam identificar também matéria orgânica, e a criação de centros de queima de restos de produtos orgânicos.
Os restos de comidas de aviões procedentes de países onde há gripe aviária devem ser queimados.
Rodrigues assinalou ainda que outras ações preventivas devem ser tomadas nos locais de criação de aves, sempre de acordo com o sistema de produção e com as normas sanitárias internacionais.
Em algumas localidades há produção integrada de frangos, mas em outras não há. Então, é preciso levar em conta o tipo de atividade para definir quais providências a adotar.
Ele afirmou que o setor privado se mostrou disposto a contribuir com recursos para implementar medidas de prevenção à gripe aviária.
O ministro ressaltou também que o Ministério já desenvolve ações de prevenção e vigilância da gripe aviária. Segundo ele, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) levantou as espécies e as rotas das aves migratórios que vêm para o Brasil e os locais onde pousam.
O Brasil tem uma posição privilegiada, porque as aves migratórias que chegam aqui só podem vir da América do Norte. Como os Estados Unidos tem um sistema de proteção muito vigoroso, corremos pouquíssimos risco de ter um surto de influenza aviária.
O vice-presidente técnico da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes, lembrou que o Ministério e o setor privado discutem há três anos o programa de contingência aviária.
Agora, vamos aprimorá-lo.
Uma das primeiras medidas será reforçar a vigilância na fronteira com a Colômbia, onde há um surto da doença. Até o final do ano, acrescentou, o ministério implantará o programa de regionalização da avicultura no RS, SC, PR, SP, MS, MT, MG, GO e DF, declarando-os como livres de doenças aviárias.