Redação AI 15/12/2005 – A regionalização da avicultura no país, para evitar prejuízos no caso de uma eventual ocorrência da gripe aviária, virou prioridade da Sadia. A empresa afirma que já está preparada para o momento em que a regionalização for implantada, o que o governo prometeu para o início de 2006.
De acordo com o presidente do conselho de administração da Sadia, Walter Fontana Filho, entre as medidas tomadas está a proibição do trânsito de animais vivos entre os Estados onde há unidades de produção e a quarentena das pessoas que viajam para regiões contaminadas.
Hoje, por exemplo, não há mais trânsito de aves entre as unidades de Minas Gerais para o Paraná – antes havia trânsito de pintos de corte. Além disso, o frango produzido na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina não é mais abatido em unidades do último, segundo o presidente-executivo da Sadia, Gilberto Tomazoni.
A empresa considera, porém, que o governo federal não está sendo ágil na implantação da regionalização. “No governo, alguns minimizam [os riscos]”, disse Fontana. “O pessoal de Brasília está marcha lenta, para não dizer em marcha a ré”, afirmou, referindo-se à situação da sanidade no Brasil.
Segundo Tomazoni, cálculos da União Brasileira de Avicultura (UBA) e da Abef (reúne os exportadores) indicam que o governo teria de gastar cerca de R$ 35 milhões para implantar o programa de sanidade avícola.
A maior parte – R$ 25 milhões – seria com custo anual com veterinários e técnicos. Outros R$ 7,5 milhões seriam gastos com veículos e computadores e R$ 342 mil com equipamentos e material de laboratório.
Pelo plano de regionalização, o trânsito de aves para abate e descarte entre Estados e regiões devem ser proibidos. Os produtos avícolas só seriam transportados por corredores sanitários. Seria monitorado um raio de 10 km em torno de áreas de trânsito das aves migratórias, importante vetor da influenza.