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Gripe Espanhola pode ajudar a curar gripe aviária

<p>Um grupo internacional de cientistas infectou macacos com o vírus da Gripe Espanhola em uma tentativa de mapear os níveis de mortalidade do H5N1 em seres humanos.</p>

Redação (18/01/07) – Segundo o estudo, a gripe aviária tem características parecidas com a doença de 1918. Ambas prejudicam partes do sistema imunológico para conseguir se desenvolver mais rapidamente.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a descoberta pode ajudar a entender o recente processo de desenvolvimento do vírus H5N1. A expectativa é desenvolver tratamentos para a doença, que vem se mostrando letal para humanos. A gripe aviária matou 63% das pessoas (161 de 267) que infectou.

Neste estudo, realizado no Canadá, os cientistas infectaram sete macacos com uma versão reconstruída do vírus da gripe de 1918 e observaram o progresso da doença. Genes preservados da pandemia do início do século ajudaram os pesquisadores a reconstruir o vírus mortal.

Os animais apresentaram sintomas da doença apenas 24 horas depois da exposição. A gripe progrediu rapidamente. Depois de oito dias, os macacos tiveram graves problemas respiratórios e tiveram de ser mortos.

Os cientistas verificaram também que o vírus “desligou” a proteção antiviral dos macacos, diminuindo a capacidade do sistema imunológico de se defender de infecções. Isso contribuiu para aumentar o progresso mortal da doença.

Este estudo, publicado na revista Nature, é o primeiro a examinar o efeito da gripe de 1918 em primatas. Antes disso foram feitas análises em camundongos, quando a doença se mostrou altamente infecciosa e mortal. A gripe de 1918, ou Gripe Espanhola, matou 50 milhões de pessoas em todo o mundo.

Semelhança

A conclusão é que a letalidade do vírus da Gripe Espanhola pode ser derrubado a partir da destruição da sua habilidade de desarmar o sistema de resposta antiviral do organismo. Segundo o cientista Yoshihiro Kawaoka, da Universidade de Wisconsin-Madison, o vírus, no início da infecção, faz algo ao organismo que o permite se desenvolver rapidamente.

Pessoas infectadas com o vírus H5N1 tem os mesmos sintomas de resposta do sistema imunológico e a rápida progressão da infecção. Segundo os cientistas, isso pode significar que ambos os vírus compartilham uma habilidade de desligar o sistema antiviral do sistema imunológico.

Se essa informação se confirmar, o estudo pode significar uma grande contribuição para entender o progresso da gripe aviária em humanos, além de abrir uma porta pra desenvolver tratamentos que podem ser administrados nos estágios iniciais da doença, antes que o vírus altere as partes mais suscetíveis do sistema imunológico.