Redação AI (06/04/06)- O I Seminário sobre Gripe Aviária para Jornalistas, realizado hoje (5/04) pela Fundação Apinco de Ciências e Tecnologia Avícolas (FACTA) e pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), contou com a presença de 60 pessoas que tiveram a oportunidade de ouvir exposições sobre os principais temas relacionados ao assunto.
O primeiro palestrante foi o consultor internacional Osler Desouzart, que falou sobre o panorama mundial da avicultura face a influenza aviária. Ele citou que, desde 2003, apesar do registro de casos em países que somam uma população de 4,3 bi de pessoas, ocorreram apenas 107 mortes. Mas que mesmo assim as exportações brasileiras de carne de frango estão sendo prejudicadas pelos focos no resto do mundo.
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O presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF), Ricardo Gonçalves, falou no painel o impacto da influenza aviária no comércio internacional de carne de frango. Ele confirmou a retração neste início de ano. Entre janeiro e março deste ano, as exportações de carne de frango somaram 634 mil toneladas, contra 635 mil no primeiro trimestre de 2005. Gonçalves destacou que a redução foi mais acentuada nos embarques para o Oriente Médio, cuja participação no período passou de 33% em janeiro-março 2005 para 26% no primeiro trimestre deste ano. Para o presidente da Abef, se houver uma retomada das importações no segundo semestre, os embarques crescerão até 5%.
O presidente da Fundação Apinco de Ciências e Tecnologia Avícolas (FACTA), Ariel Mendes, destacou em sua palestra as várias medidas adotadas tanto pelo setor privado como pelos órgãos públicos no sentido de impedir um foco de gripe aviária no país, como por exemplo, as medidas de biosseguridade. Ariel lembrou ainda que está para ser assinada a portaria do Plano de Prevenção contra a Gripe Aviária e defendeu medidas adicionais como o fim de programas de incentivo à avicultura familiar.
Falando sobre as rotas de aves migratórias no Brasil, o médico-veterinário do Lanagro, Luciano Doretto Junior, explicou que felizmente não estão incluídas nesses fluxos justamente as aves que têm maior importância na difusão da influenza aviaria, como patos e marrecos, e que, graças a equipamentos adquiridos pelo Ministério da Agricultura no final de 2005, os laboratórios oficiais já estão sendo capacitados a realizar exames que identificam o vírus em até duas horas.
O evento contou ainda com a participação do superintendente de Controle de Endemias da Secretaria da Saúde de São Paulo, Carlos Magno Fortaleza, e do coordenador do programa de Sanidade Avícola do estado de São Paulo, Fernando Buchala. Ao final, foi realizado um debate que contou também com a participação de Nelmo de Oliveira Costa, secretario do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, do deputado estadual Duarte Nogueira (PSDB-SP); do dr. Marcos Makari, reitor da Unesp e do superintendente do Ministério da Agricultura
Dentre as entidades que apoiaram o evento estão a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Superintendência Federal da Agricultura do Estado de São Paulo, Secretaria da Agricultura e Saúde do Estado de São Paulo, UBA e ABEF.