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Iagro e SFA descartam risco da doença e dizem que sorologia é rotina

<p>Exames de sorologia rotineiros realizados em frangos descarta a presença da doença.</p>

Redação (24/10/06) – O diretor-presidente da Agência Estadual de Sanidade Animal e Vegetal (Iagro/MS), João Cavalléro, e o superintendente federal da Agricultura, José Felício, descartaram ontem, em entrevista ao Correio do Estado, o risco de foco da doença de newcastle em frangos de granjas localizadas no município de Jaraguari, a 46 quilômetros de Campo Grande. Cavalléro e Felício afirmam que exames de sorologia rotineiros realizados em frangos da região apresentaram Índice de Patogenicidade Intracerebral (IPIC) de 0,25%, o que, segundo eles, descarta a presença da doença. “Somente resultados do paramixovírus tipo I, com índice superior a 0,7% comprova a doença. Índices inferiores são perfeitamente normais na atividade”, explicou Cavalléro.

Segundo Felício, a partir do lançamento do Plano Operacional de Prevenção da Doença de Newcastle e de Influenza Aviária, no início deste ano, todos os Estados intensificaram os exames sorológicos para prevenir eventuais focos das doenças em território nacional. “Em Jaraguari realmente foram realizados exames sorológicos, porém são exames de rotina que não alteraram em nada as atividades avícolas do município; afinal os índices são considerados normais”, declarou Felício.

O superintendente argumentou ainda que, caso os resultados dos exames fossem preocupantes, o laboratório enviaria as informações ao Departamento de Sanidade Animal, ligado ao Ministério da Agricultura, e na sequência a superintendência em MS seria informada. No entanto, Felício alega que soube do caso envolvendo granjas de Jaraguari pela imprensa, sem que o ministério tenha conhecimento sobre o assunto.

O diretor-presidente da Iagro descartou que tenha havido mortandade ou sacrifício de animais em Jaraguari nos últimos meses. Irritado, Cavalléro ressaltou a importância dos personagens envolvidos ou que influenciam nas cadeias produtivas reconhecerem as diferenças entre resultados sorológicos de praxe que tiveram reagência insignificante e um foco real da doença. “Temos que deixar claro que não se trata da doença. Realizamos exames frequentes nas granjas justamente para prevenir o surgimento de doenças. Se a patogenicidade dos exames é inferior a 0,7% não se trata da doença de newcastle”, afirmou. Cavalléro classificou como irresponsáveis as declarações de especialistas sobre a presença do vírus em Jaraguari, devido aos possíveis impactos econômicos que a avicultura estadual e nacional sofreria, caso os importadores dos frangos utilizem os dados para justificar embargos comerciais.

Contradições
No entanto, o superintendente federal da Agricultura, José Antônio Felício, não soube responder o motivo do aparecimento do vírus da doença de newcastle em Jaraguari “não sou veterinário e não sei responder de onde surgiu o percentual de 0,25% e também não sei dizer se isto é normal; se acontece com frequência ou não”.

Quando questionado sobre a possibilidade de impacto nas exportações, ele afirmou que “não acontecerá porque não há a doença constatada; está tudo sobre controle”, frisou.

Já em relação as rescisões contratuais da empresa Seara com produtores de frango de Jaraguari, iniciadas há cerca de 60 dias, Felício atribuiu a atitude da indústria à suspeita de newcastle, ocorrida em maio de 2005 no município. “O mercado Europeu é muito exigente e, na época, eles não entenderam como suficientes as investigações realizadas na cidade pelos órgãos competentes”, observou.