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Imunossupressão vacinal: O grande desafio das novas vacinas contra Gumboro - por Eva Hunka

Atualmente o uso de vacinas de nova tecnologia (Vetorizadas) nos permite “limpar” a granja, já que não utilizam o vírus completo para imunizar a ave, e sim apenas a proteína capaz de induzir a resposta imune.

AviculturaA doença infecciosa da Bolsa de Fabricius, conhecida como doença de Gumboro é uma infecção viral de ocorrência mundial. Diagnosticada pela primeira vez em 1962, na cidade de Gumboro, em Dalaware. Desde então, vem sendo apontada como causa de prejuízos na produção de aves, pois além de danos em diversos órgãos importantes como rins e baço, também provoca um quadro imunossupressivo grave.

O vírus causador da doença, o Birnavirus, é muito resistente ao meio ambiente a e desinfetantes, uma vez que o aviário foi infectado é muito comum que a doença se torne recorrente. Este tem predileção pelo tecido linfoide, especialmente pelas células B, por isso, a doença de Gumboro costuma ocorrer entre as 3 e 6 semanas de idade, pois é neste momento que ocorre um aumento no números de linfócitos B maduros circulantes. Em aves mais velhas, é comum que a doença seja assintomática, exceto em casos de cepas muito virulentas.

Do mesmo modo que o vírus de campo, o vírus vacinal também é muito resistente ao meio ambiente e tem tropismo por células linfoides. Então, desta forma, vacinas consideradas fortes ou plus, causam um maior dano a este tecido, o que leva a um quadro de imunossupressão vacinal. Fato que este que pode ser comprovado no momento em que examinamos a Bolsa de Fabricius de aves vacinadas com estas cepas, que costumam apresentar lesões, às vezes tão severas quanto uma infecção de campo.

Cepas Fortes e Plus, estão presentes não só nas vacinas convencionais, como também em vacinas de complexo imune, que são amplamente usadas no Brasil, principalmente em frangos de corte.

Como estes vírus são resistentes ao meio ambiente, estas vacinas “agressivas”, se mantêm na granja por um longo período, o que pode, muitas vezes, trazer prejuízos por causar uma imunossupressão “silenciosa”, provocando queda na produtividade do lote e interferindo na resposta imunológicas de outras vacinas importantes como as vacinas contra Bronquite e NewCastle. Desta forma, alguns problemas tratados como doença respiratória, muitas vezes desapareceriam da granja se o sistema imunológico destas aves estivesse integro.

Atualmente o uso de vacinas de nova tecnologia (Vetorizadas) nos permite “limpar” a granja, já que não utilizam o vírus completo para imunizar a ave, e sim apenas a proteína capaz de induzir a resposta imune. O uso deste tipo de vacina atua como uma espécie de “vassoura”, que vai diminuído a pressão do ambiente a cada lote, e em alguns meses pode manter a contaminação ambiental a níveis muito baixos, permitindo um melhor desenvolvimento do sistema imunológico.

Os diferentes produtos que temos no mercado nos permitem fazer uso de diversos programas vacinais, adequados ás nossas necessidades, quer sejam de custos, manejo ou desafio de campo, e a escolha estará sempre nas mãos do Veterinário responsável, que deve sempre levar em consideração os riscos da imunossupressão vacinal, causadas pelas vacinas fortes ou Plus contra Doença de Gumboro.