Redação (17/03/2009) – A suinocultura brasileira conta agora com mais uma vacina no combate à circovirose (Síndrome Definhante Multissistêmica de Suínos Desmamados). Desde ontem a Intervet/Schering Plough Animal Health comercializa a quarta fórmula, também importada, disponível no mercado brasileiro para evitar a perda de peso e do animal propriamente dito.
A nova vacina auxilia na prevenção da viremia e excreção viral causadas pela circovirose suína, em dose dupla, o que melhora a conversão alimentar como efeito secundário, diminuindo a mortalidade e melhorando o ganho de peso. De acordo com o gerente de suinocultura da Intervet, Amilton Silva, a vacina atua ainda na redução da viremia e excreção viral provocada pelo vírus responsável pela contaminação.
Segundo Silva, a multinacional já importou mais de dez milhões de doses da vacina. "É uma patologia nova e não havia vacinas suficientes para atender todo o mercado brasileiro", argumenta. A Intervet estima que o rebanho suíno brasileiro chegue a 26 milhões de cabeças tecnificadas e outras 1,3 milhões matrizes.
Há mais de dez anos instalada nas granjas brasileiras, a circovirose já dizimou uma parte considerável do rebanho de suínos brasileiro, acreditam os especialistas. Em Santa Catarina foi registrado o primeiro caso de contaminação, dois anos depois a doença já havia cruzado a fronteira e se instalado também no Rio Grande do Sul. Em 2003 já estava disseminada em todo o País.
Estudos mais avançados apontam a existência de evidências de que a circovirose pode causar problemas reprodutivos nas matrizes, mas que podem ser evitados com a vacinação. Desde 2007 a Merial comercializa essa versão para imunizar as fêmeas. Em novembro do ano passado a empresa começou a comercializar as vacinas Circovac também para os leitões, indicada tanto na imunização direta quanto passiva.
A Fort Dodge também oferece uma fórmula aos criadores de suínos desde julho de 2008. De acordo com o gerente técnico de suínos, Fábio Rossi, apesar da crise que afeta o setor de carnes, a empresa registra crescimento nas vendas desde o lançamento do produto. "O prejuízo causado pela doença é enorme. O índice de mortalidade na fase de crescimento é impressionante. E quando o animal não morre ele definha e o produtor perde na arroba", calcula Rossi.
A vacina da Fort Dodge contra circovirose é a Suvaxyn PCV2, fórmula inativada, baseada em subunidades virais dos vírus da doença. A empresa comercializa cerca de 700 mil doses da vacina por mês e estima que o mercado total seja de 1,6 milhões de doses por mês.
A circovirose suína é uma doença que afeta especificamente os animais em contato com o vírus não acometendo o homem, ela traz grande prejuízo para a produção com aumento da mortalidade, aumento do número de leitões com baixo peso na idade de abate, piora consideravelmente a conversão alimentar – quantidade de ração consumida para produzir 1 kg de peso – e o ganho de peso diário dos animais, isto se resume em sérios prejuízos ao produtor.