Redação SI (20/04/06)- O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), confirmou foco de febre aftosa no município de Japorã, Mato Grosso do Sul. O caso foi identificado durante as atividades de vigilância de rotina executadas pelo serviço veterinário oficial. Os técnicos atenderam a uma suspeita de ocorrência da doença em propriedade rural localizada na região sudeste do município, próximo à fronteira com o Paraguai, em área interditada desde outubro do ano passado, quando foram registrados focos de febre aftosa em três municípios do Estado (Japorã, Eldorado e Mundo Novo).
Segundo o Departamento de Saúde Animal (DSA), a propriedade onde foi registrado o foco possui 137 bovinos, sendo 3 com idade abaixo de 4 meses, 10 com idade entre 5 e 12 meses, 25 com idade entre 13 e 24 meses e 99 com idade acima de 24 meses. A última vacinação contra febre aftosa foi realizada em maio de 2005. Todos os animais serão sacrificados.
O DSA informou que no atendimento à propriedade foram identificados 10 bovinos com idade superior a 24 meses apresentando lesões discretas, compatíveis com doença vesicular, sendo colhidas amostras para diagnóstico laboratorial.
De acordo com nota técnica divulgada pelo departamento, não foi possível o isolamento viral e 22 amostras do soro sangüíneo, das 134 examinadas (todas de animais acima de 4 meses de idade), foram reagentes a proteínas não-estruturais do vírus de febre aftosa.
Os animais com idade abaixo de 12 meses não apresentaram reatividade ao teste para proteínas não-estruturais do vírus. O DSA destacou, ainda, que dos 10 bovinos com sinais clínicos, apenas um foi reativo ao teste sorológico empregado.
Segundo a nota técnica, as ações de saneamento dos focos de febre aftosa registrados em 2005 continuam em execução no Mato Grosso do Sul, de acordo com os procedimentos técnicos reconhecidos internacionalmente. A área geográfica afetada permanece inalterada e sob interdição, abrangendo os três municípios que registraram casos da doença.
Até o momento, entre as atividades de saneamento, foram sacrificados 33.741 animais susceptíveis, sendo 27.170 em Japorã, 3.938 em Eldorado e 2.683 em Mundo Novo. Em Japorã, o rebanho remanescente é de, aproximadamente, 20.500 bovinos distribuídos em 164 propriedades rurais, que estão sob vigilância do serviço veterinário oficial.
Diante dos resultados obtidos durante estas ações de vigilância e considerando a fase de saneamento em curso, cujo objetivo é a identificação e eliminação das potenciais fontes de infecção, serão adotados na propriedade envolvida todos os procedimentos para extinção de foco de febre aftosa, incluindo o sacrifício de todos os animais susceptíveis, diz a nota do DSA.
Neste momento, estão em execução as fases de introdução de animais sentinelas e de investigação sorológica para avaliação de circulação viral. Não haverá ampliação da área interditada.
Fronteira entre Estados
A Secretaria da Agricultura do Paraná divulgou ontem (19) à noite comunicado informando que tomou todas as medidas sanitárias para proteger o rebanho do estado de possíveis focos de febre aftosa registrados no Mato Grosso do Sul.
O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, disse que foram reforçados os trabalhos de vigilância sanitária na divisa entre os estados. “As medidas, previstas nos regulamentos de combate à febre aftosa, são aquelas cabíveis a situações de ameaça em regiões de divisa”, lembrou Ribas. Entre elas, fiscalização, inspeção e pulverização dos veículos vindos de Mato Grosso do Sul.
“Os técnicos do Departamento de Fiscalização (Defis) da Secretaria da Agricultura e da Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar) reforçaram todos os procedimentos que já vinham sendo adotados”, destacou o secretário.
Ribas alerta para a importância de que todos os bovinos e bubalinos do Paraná sejam vacinados na primeira etapa da Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa de 2006, marcada para 1 a 20 de maio.
“Nosso desafio é vacinar 100% do rebanho paranaense, que chega a 10,2 milhões de cabeças. No ano passado, alcançamos um importante índice vacinal. Agora, queremos superá-lo”, afirmou.
De acordo com a Secretaria da Agricultura, na segunda etapa da campanha, realizada em novembro do ano passado, 97,6% do rebanho do estado foi vacinado voluntariamente.