Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Minas muda calendário de vacinação contra febre aftosa

<p>Todos os produtores do Circuito Pecuário Leste, que vacinariam o rebanho nos meses de março e setembro, passarão a vacinar os animais nos meses de maio e novembro.</p>

Redação (26/09/2008)- O calendário de vacinação contra febre aftosa em Minas Gerais terá alterações a partir deste semestre. O Estado, que conta com dois circuitos pecuários (Centro-Oeste e Leste) vai unificar as datas. Todos os produtores do Circuito Pecuário Leste, que vacinariam o rebanho nos meses de março e setembro, passarão a vacinar os animais nos meses de maio e novembro. As novas datas são as mesmas já adotadas no Circuito Pecuário Centro-Oeste, onde não haverá mudanças. A vacinação contra febre aftosa é obrigatória.

A partir do dia 10 deste mês, os produtores do Circuito Pecuário Leste serão informados da mudança por intermédio de uma campanha da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais nas rádios, TVs e jornais. De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues, a unificação dos calendários vai facilitar o trânsito de animais dentro do Estado. “Ao vender o rebanho de um circuito para outro, o produtor ficava sujeito a vacinar os animais duas vezes, no mesmo semestre, para se adequar ao calendário do circuito de destino do rebanho comercializado”, explica.

Em Minas, o Circuito Pecuário Leste conta com 11 milhões de animais de 166 mil propriedades. São 530 municípios distribuídos na Zona da Mata, regiões Metropolitana de Belo Horizonte, Central e Norte, além dos vales do Aço, Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha. De acordo com o secretário, a divisão do Estado em dois circuitos foi realizada na década de 90 por adequação aos padrões da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). “Na época tínhamos situações diferentes no Estado. O controle contra a febre aftosa nos municípios do Circuito Pecuário Centro-Oeste estava mais avançado. Por isso, essa parte de Minas Gerais se juntou aos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e parte de Tocantins e Paraná para formar um circuito”, comenta. Já o Circuito Pecuário Leste foi formado com parte de Minas Gerais e com os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe.

A divisão foi necessária também para incrementar as exportações de carne bovina das regiões que tinham controle mais adiantado. O reconhecimento do Circuito Pecuário Centro-Oeste pela OIE como área livre de febre aftosa com vacinação ocorreu no ano 2000. Já os municípios mineiros do Circuito Pecuário Leste, só conseguiram o reconhecimento um ano mais tarde. “Hoje não existe mais diferença de condições sanitárias entre as duas áreas de Minas. Por isso, não justifica manter a divisão”, explica o secretário. Segundo ele, a unificação do calendário também é um passo importante para que, nos próximos anos, todo o Estado seja considerado pela OIE área livre de febre aftosa sem vacinação. “Este novo status pode abrir outros mercados para os produtores mineiros, com a venda de carne in natura para os Estados Unidos e Japão”.

Outros Estados

A mudança do calendário também irá atingir os outros Estados do Circuito Pecuário Leste: Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O Estado de Sergipe, que também faz parte do grupo, já adota a vacinação em maio e novembro. Segundo Gilman Viana, que também preside o Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), a decisão da mudança foi tomada em reuniões com secretários dos Estados envolvidos. “Quanto maior a uniformidade, maior será a eficiência do controle nacional contra a doença. Além disso, o calendário único cria uma ambiente de maior credibilidade junto ao mercado internacional”. A mudança do calendário de vacinação contra febre aftosa tem parecer favorável do Ministério da Agricultura.