Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

MS serve de exemplo no combate à febre aftosa

<p>Com um rebanho de 21 milhões de cabeças de gado, Mato Grosso do Sul é hoje área livre de febre aftosa com vacinação.</p>

Redação (13/10/2008)- A recuperação do status foi confirmada em julho pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Essa grande conquista é resultado do trabalho de diversos órgãos, como a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo (Seprotur) e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), responsável pela orientação e controle das doses da vacina contra a aftosa.

“Para o Estado, o status de área livre de aftosa é uma reconquista, é o reconhecimento do trabalho de todos os envolvidos. Por ser um produtor primário, Mato Grosso do Sul utiliza esse título para reavivar o mercado, que ficou estagnado após os episódios da doença”, comemora Roberto Rachid Bacha, diretor-presidente da Iagro.

No ano de 2005, os focos de aftosa na região sul do Estado estimularam a criação da Zona de Alta Vigilância (ZAV), composta por 11 municípios – Porto Murtinho, Bela Vista, Caracol, Antônio João, Ponta Porã, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas, Mundo Novo e Japorã – e que realiza ações rígidas de monitoramento sobre a inspeção e o transito de animais na fronteira com o Paraguai.

“A Zona de Alta Vigilância funciona como um mecanismo de defesa para o Estado. A princípio, a estratégia seria para dois anos, mas devido aos resultados obtidos, não há prazo para desarticulação. Na Zona de Alta Vigilância, foi possível testar novas formas de fiscalização que antes eram apenas idealizadas. Dessa forma, Mato Grosso do Sul foi pioneiro em ações de alta exigência da qualidade do rebanho”, afirma Bacha.

Como parte da estratégia de proteção das fronteiras – uma diretriz solicitada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – a Iagro já conclui a inspeção da área seca do Pantanal, e, estará realizando a monitoria na área alagada, para finalizar o processo de inclusão da região de Corumbá na Zona de Alta Vigilância.

“O acréscimo de Corumbá na ZAV é natural, pois a intenção é proteger as fronteiras com o Paraguai e a Bolívia, onde se encontra Corumbá. Dessa maneira, o Estado serve de referência em ações de controle da febre aftosa, tanto na ZAV como nas outras regiões do Estado”, comenta o diretor-presidente da Iagro.

Mercado internacional

Em julho, Mato Grosso do Sul recuperou o status de área livre de aftosa com vacinação. As orientações do Mapa eram para identificar com brincos e vacinar todo o rebanho, que, somente na ZAV, chega a 760 mil animais.

Nesse contexto, o Estado retornou a situação anterior aos casos de aftosa, recuperando a competitividade com os mercados internos e com possibilidade de exportação. No dia 2 de outubro, a União Européia anunciou a liberação de Mato Grosso do Sul para exportar carne in natura para os países pertencentes ao bloco econômico.

A exigência primária era o cadastro no Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos/Estabelecimentos Rurais Aprovados (Sisbov/Eras). Porém, há outras atitudes necessárias. “O produtor interessado em exportar precisa solicitar auditoria do Mapa em sua propriedade, que vai conferir as condições sanitárias e verificar as exigências que o mercado europeu solicita em relação à carne. Daí, o caminho fica livre”, explica Roberto Bacha.

Mato Grosso do Sul têm,a proximadamente, 1500 propriedades cadastradas no Sisbov/Eras. A recuperação do status de área livre de aftosa e a abertura do mercado europeu para a carne sul-mato-grossense colocam o Estado em situação de igualdade, segundo o diretor-presidente da Iagro.

“O Estado volta ao seu lugar de origem, com condições sanitárias e qualitativas entre as melhores do país. A partir de agora, o Estado tem expectativas coerentes em relação a novos negócios, com outros Estados e também com os mercados internacionais”, conclui Bacha.