Redação SI 20/09/2005 – Representantes do Ministério da Agricultura, Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea/MT) e Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) reuniram-se ontem pela manhã, em Cuiabá, para discutir medidas visando o maior controle no transporte de animais para o Estado. Os órgãos concordaram que é preciso melhorar a fiscalização.
No final do encontro, ficou acertado que o Indea fará a divulgação, em parceria com a Acrismat, para orientar o suinocultor mato-grossense sobre o trânsito de animais. Será feito um recadastramento das granjas existentes no Estado. A Acrismat vai incentivar a fiscalização mais forte dos abates clandestinos e o Ministério da Agricultura irá aprimorar o seu trabalho de controle sanitário por meio das documentações relativas ao transporte de animais.
Uma das preocupações da Acrismat é com o risco de contaminação do rebanho estadual, que é considerado livre da peste suína clássica. Os suinocultores temem que animais oriundos de outros estados, como Santa Catarina e Paraná, tragam doenças para a região, como o circunvírus e a aujeszky (raiva suína).
Segundo o presidente da Acrismat, Raulino Teixeira Machado, o maior problema é em relação aos leitões (animais novos para engorda), que não possuem o exame sorológico. Uma das propostas é a realização da quarentena, que foi considerada inviável pelo seu alto custo. Outra sugestão dos suinocultures é que os animais para engorda devem chegar ao Estado já castrados. Com isso, os produtores não correm o risco de utilizá-los como reprodutores, com perda de qualidade genética do rebanho.
O cooordenador de Controle de Doenças de Animais do Indea, Irineu Barbieri, diz que o órgão irá intensificar a fiscalização para garantir a sanidade do rebanho regional. “Estamos fazendo a fiscalização sistemática nas propriedades para detectar irregularidades, uma vez que não temos condições de manter a quarentena na entrada dos animais”. Barbieri informou que, apesar da preocupação dos produtores, não há incidência de doenças no rebanho mato-grossense. “Os estados que estão mandando animais para Mato Grosso, como Paraná e Santa Catarina, também estão livres da peste suína, mas devemos tomar cuidado com outras doenças que ainda não estão erradicadas”, alerta.
De acordo a responsável pelo Programa de Sanidade de Aves e Suínos do Serviço de Defesa Pecuária da Superintendência do Ministério da Agricultura em Mato Grosso, Maristela Brito Vicente Corrêa, o último registro de doença no rebanho mato-grossense foi detectado na cidade de Rosário Oeste (cerca de 130 km ao Médio Norte de Cuiabá). Os animais contaminados pela raiva suína foram sacrificados.
Na opinião do veterinário Jorge Minari, o controle sanitário do rebanho é fundamental para o Estado conquistar novos mercados consumidores.
Atualmente, segundo informações da Acrismat, Mato Grosso tem um rebanho de 65 mil matrizes e 160 granjas, abatendo cerca de 70 mil animais por mês. No período de janeiro a julho deste ano, o volume abatido no Estado foi 3,52 mil toneladas, contra 1,05 toneladas em igual período de 2004. Os principais países compradores de carne suína mato-grossense são Rússia e Hong Kong.