Redação AI (07/07/06)- Após a confirmação de um caso de Newcastle no município de Vale Real (RS), muitas notas foram divulgadas à imprensa para esclarecer o assunto e tranqüilizar o setor avícola. Ariel Antonio Mendes, vice presidente técnico-científico da UBA, explicou que o episódio ocorreu não numa granja, mas numa propriedade com galinhas caipiras há dois meses. “A propriedade foi interditada de acordo com as normas da Organização Internacional de Epizootias (OIE) e foi colhido material para análise. As aves restantes foram sacrificadas e nesse período de 60 dias não foi registrado nenhum caso na região”.
Mendes acredita que este fato não deve ter maior repercussão, como já ocorreu em 2001, em Nova Roma (GO), onde galinhas caipiras foram contaminadas e não houve nenhum problema com exportações. “Atualmente os certificados sanitários ligados à avicultura explicam que ao surgimento de um foco de doença, como a de Newcastle, o local pode ser liberado depois de 21 dias, após o sacrifício da última ave. E o certificado sanitário que é assinado, e acompanha a carne que será exportada, diz que a ave foi produzida num raio maior de 10 km do
foco. Portanto, de acordo com as regras da OIE, não há motivos para se impor alguma barreira de exportação de carne de frango do RS”, afirmou o vice-presidente.
Clóvis Pupperi, diretor-executivo da UBA, disse que qualquer país está suscetível a esse tipo de episódio em uma criação domiciliar, onde não existe cuidados maiores. Segundo ele, estão sendo feitas algumas recomendações ao moradores da região, apesar de que apenas esta propriedade registrou o problema.
“Eu entendo que o caso não expõe fragilidade do sistema sanitário brasileiro, porque é um foco fortuito em uma propriedade pequena. Adotamos as medidas do plano de contingência do ministério, e rapidamente isto deverá ser resolvido. Tudo o que for possível já está sendo feitos e nenhuma questão foi levantada pelos países importadores. Devemos agir com tranqüilidade e a solução deve sair em curto prazo”, concluiu Pupperi.
Abaixo a notificação à imprensa feita pela UBA e Abef
Em relação à confirmação de foco de doença de Newcastle no município de Vale Real, no Estado do Rio Grande do Sul, e levando em conta informações divulgadas por meio de Nota Técnica da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a União Brasileira de Avicultura (UBA) e a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF) esclarecem que:
1. Todas as medidas do Plano Nacional de Contingência foram adotadas. São elas: destruição das aves da propriedade; adoção de medidas de biosseguridade e de desinfecção; estabelecimento de zona de proteção num raio de três quilômetros; estabelecimento de zona de vigilância num raio de dez quilômetros; adoção de investigação epidemiológica; controle e fiscalização de animais susceptíveis e restrição de trânsito de animais e produtos de risco.
2. Existem na zona de vigilância (dez quilômetros ao redor do foco) 17 granjas comerciais, um abatedouro e um incubatório. No entanto, ressaltamos que os trabalhos de investigação epidemiológica realizados até o momento não identificaram outras ocorrências de doença de Newcastle nessas propriedades.
3. O caso em questão é semelhante ao episódio ocorrido em 2001, no Estado de Goiás, quando foram identificados focos em propriedades de criação para subsistência. A exemplo desse novo caso, naquela época todas as medidas de contingência foram adotadas e não houve impacto nas exportações brasileiras.
4. Esse episódio reforça as insistentes cobranças feitas pela UBA e pela ABEF pela destinação de recursos, em caráter emergencial, para o Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Prevenção e Controle da Doença de Newcastle. Mais do que isso, demonstra que o Governo Federal precisa dar a devida atenção à defesa sanitária
animal, por meio da destinação de recursos condizentes com a posição de liderança que o Brasil ocupa no mercado externo.