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No Reino Unido, H5N1 tornou-se endêmico entre aves silvestres

<p>O caso da granja de perus do condado de Suffolk, onde a presença do H5N1 foi confirmada nesta semana, é bem ilustrativo desse risco.</p>

Redação (19/11/2007)- Para vários técnicos britânicos, o simples fato de o H5N1 continuar sendo detectado em operações avícolas comerciais do Reino Unido, “apesar de todos os cuidados de biosseguridade adotados”, sugere que o vírus já se tornou endêmico entre as aves silvestres. Isso facilitaria sua disseminação na produção industrial, especialmente entre as aves criadas ao ar livre – a “moda do momento” entre os britânicos que, neste caso, parecem estar experimentando do próprio veneno.

O caso da granja de perus do condado de Suffolk, onde a presença do H5N1 foi confirmada nesta semana, é bem ilustrativo desse risco: na granja afetada, informa-se, a criação é efetuada sob o decantado sistema “free-range”, isto é, com as aves ao ar livre, como pretendem os defensores mais radicais do bem-estar animal. E na propriedade existe um lago ornamental, com elevada freqüência de aves silvestres. À primeira vista, foi delas que se originou a infecção, o que agora vem sendo rigorosamente investigado.

Embora o plantel de perus da granja afetada seja de apenas cinco mil cabeças, que vêm sendo sacrificadas, todo a produção de perus do Reino Unido se encontra sob risco – pelo menos o econômico. Assim, já há quem tema que esse seja o golpe decisivo sobre o setor, que ano a ano vem perdendo participação na produção avícola britânica.
De fato, como mostra o gráfico abaixo, nos 10 anos decorridos entre 1997 e 2006 a produção de perus do Reino Unido sofreu uma redução de 52%, caindo de um média mensal de 3,028 milhões de cabeças em 1997 para apenas 1,436 milhão de cabeças/mês no ano que passou.

Mas não é só. Neste ano o recuo vem sendo ainda mais significativo – como reflexo, afirma-se, de um surto de H5N1 em uma das granjas da Bernard Matthews, a maior produtora de perus do Reino Unido – e, assim, a média mensal registrada entre janeiro e setembro recuou para somente 800 mil cabeças, 44% a menos que o produzido em 2006.

Fontes locais estimam que o movimento de vendas de peru no fleumático Natal britânico deve girar em torno dos 400 milhões de libras, quase 1,5 bilhão de reais. Mas tudo indica que esse bolo deverá contar com participação cada vez menor da produção interna. Melhor para países exportadores como o Brasil que, nos 10 primeiros meses de 2007, expandiu sua receita cambial com a carne de peru em 52% e faturou mais de US$300 milhões. Um dos principais destinos da carne de peru brasileira tem sido o o mercado britânico.