Redação AI 26/04/2004 – 06h27 – A gripe do frango, que já causou 15 mortes no Vietnã, reaparecerá no país em dois ou três meses, advertiram, sexta-feira, em Hanói, fontes da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e de agências locais. Segundo Anton Rhychener, representante da FAO no Vietnã, há uma certeza quase total de que dentro de dois ou três meses o vírus H5N1, causador da epidemia, reaparecerá.
O vice-presidente da Associação Científica e Tecnológica de Hanói, Vu Hoan, explicou que as condições ambientais favorecem a reincidência da infestação. “A combinação de temperaturas elevadas no fim da primavera, em maio, e a contaminação do ambiente provocada pelo descarte dos frangos em condições inadequadas favorecem a multiplicação do vírus”. Cerca de 38 milhões de frangos morreram ou foram sacrificados no país desde os primeiros casos da doença, em janeiro, até quando o governo declarou ter controlado a doença em março.
Os pesquisadores destacaram que o H5N1 é um vírus muito resistente e que os frangos são mais propensos ao contágio quando põem ovos, fatores que a FAO considera preocupantes. “Sabemos que o vírus pode sobreviver em frangos congelados durante bastante tempo, por mais de um ano”, declarou. Rychener disse que o departamento de Veterinária considera as galinhas poedeiras particularmente vulneráveis à doença”.
Impacto na inflação
A taxa de inflação no Vietnã alcançou o nível recorde dos cinco últimos anos por causa da gripe de aves e da escassez de arroz. Os preços ao consumidor aumentaram 6% em comparação com os de igual período do ano passado, segundo dados preliminares fornecidos pelo Departamento Geral de Estatísticas, em Hanói. Esta é a maior alta desde abril de 1999, quando a taxa de inflação nesse país chegou a 6,6%.
A gripe aviária levou o governo a proibir a venda de produtos de aves no país. No auge do surto, os preços da carne bovina subiram 50% e os custos da carne suína aumentaram em até 75%.