No dia 13 de maio passado (os que não recordam, a 13 de maio de 1888 ocorreu no Brasil um marco civilizatório relevante: a Abolição da Escravatura; é uma das datas mais significativas na conturbada história deste País) estava na Europa e recebi um correio da jornalista Fernanda Oliva que, entre outros assuntos, dizia: “Gostaria e convidá-lo a escrever mensalmente um artigo sobre o setor suinícola”.
Foi com certa surpresa que li a mensagem. Após tantos anos de “esquecimento” em meu país, um convite respaldado pela reconhecida tradição do Grupo Gessulli, me surpreendeu. Mas, dizem que na “vida as pedras acabam se encontrando”.
Respondi com uma gentil ironia, informando que, ao regressar, em junho, responderia. A 14 de junho fiz novo contato com a jornalista, o qual resultou no “acerto” para tornar-me “colunista” dos veículos informáticos do Grupo Gessulli que, segundo ela, “não tenho dúvida que será muito bem-vindo”. Assim desejo.
Já que falei em Europa, lá estive na França, Espanha e Itália, fazendo conferências e dando cursos de como produzir alimentos sem venenos que um bilhão de famintos (FAO, 2010) esperam e na escala humanidade, ou seja, na escala capaz e prover alimentos limpos para todos os seres humanos. E, nesse programa organizado por duas instituições independentes – na Espanha, a ARI, Asociación de Agricultura Regenerativa, comandada pela incansável Ana Digon e, na Itália a Deofal – Agricultura Orgánica, com Susanna Debenedetti coordenando as atividades – junto com o prof. Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, também da UFSC, ministramos um curso no Ayuntamiento (prefeitura) de Benlloch, Espanha, sobre “A Criação Intensiva de Suínos a Campo”, com uma qualificada assistência de produtores, técnicos e profissionais. Faço este registro com a intenção de lembrar aos produtores do meu país que, em países onde cada palmo de solo é disputado com a expansão urbana, portanto tendo a questão área uma enorme relevância, lá os produtores e também talvez os consumidores estão preocupados em produzir um animal, acima de tudo, cuja vida tenha contemplado os princípios de seu bem-estar. Já aqui, onde terra não falta, há toda uma ação em contrário.
Agora um recado a meus eventuais leitores (que espero sejam muitos…); em minhas palestras, conferências, cursos, reuniões, faço, no início, um apelo que reproduzo aos interessados: desejo que este espaço seja, acima de tudo, um espaço de diálogo. Certamente, por vezes direi ou tratarei de temas ou técnicas que não são de aprovação unânime. Aos que discordarem faço um apelo: vamos utilizar este espaço que Gessulli Agribusiness me concedeu para, juntos, analisarmos e discutirmos aquilo que eventualmente não seja suficientemente claro ou mesmo sobre o que haja discordância. Vamos dialogar!
Assim, prezada Fernanda Oliva e caríssimas(os) leitoras e leitores, dou por inaugurada esta coluna que, embora firmada por mim, pertence a todas e todos que se interessem em produzir a melhor carne do mundo, a carne suína, sem venenos e contemplando o bem-estar animal.
Obrigado, LCPM.
PS -“Para quem desejar comunicar-se com Profº Luiz Carlos Pinheiro pode enviar e-mail para
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