Redação (19/10/06) – A temporada de migração de aves da América Norte começou no mês passado. O risco de que os animais tragam a vírus causador da gripe aviária permanece controlado, mas as autoridades de saúde federais e estaduais mantém o alerta para o caso de aproximação da epidemia.
Na segunda-feira, o Ministério da Saúde abriu um curso preparatório para as Forças Armadas agirem no caso de uma pandemia. Oficiais do corpo de saúde da Marinha, Exército e Aeronáutica foram treinados por especialistas brasileiros e norte-americanos. O curso é parte da estratégia do Grupo Executivo Interministerial montado para preparar terreno contra a doença. Entre as medidas adotadas está o maior controle nas fronteiras e em portos e aeroportos com produtos e pessoas oriundos de regiões endêmicas.
Desde que os casos se alastraram pelo mundo, no início do ano, as autoridades de saúde consideravam setembro como início de período de risco no Brasil é a época em que as aves migratórias deixam a América do Norte rumo ao Sul. Até agora a gripe aviária não foi identificada em animais que vivem nos Estados Unidos, Canadá e México países mais próximos da Ásia, centro da epidemia do vírus H5N1. O plano nacional reforçou a vigilância nos sítios de aves migratórias e em locais de criação de aves comerciais ou de subsistência num raio de dez quilômetros destes mesmos sítios.
A Organização Mundial de Saúde já registrou 256 casos de gripe aviária em humanos (151 deles fatais), somente em países asiáticos e africanos Azerbaijão, Camboja, China, Djibuti, Egito, Indonésia, Iraque, Tailândia, Turquia e Vietnã. Mas o vírus H5N1, causador da doença, já foi detectado em aves na Europa, o que mantêm em alerta as autoridades para o perigo de a epidemia se alastrar a todos os continentes.
O plano de contingência paranaense foi montado com representantes das secretarias da Agricultura, Meio Ambiente e Saúde, além da Defesa Civil Estadual. Os responsáveis montaram demanda mínima de ação para o caso de pandemia chegar ao Paraná. Hospitais e centros laboratoriais foram capacitados e orientados sobre os cuidados necessários no atendimento aos doentes. Descobrimos a dificuldade de um plano de enfrentamento, mas é fundamental saber como agir. O roteiro nos permite correr para atuar nos primeiros casos e organizar para atender os demais, afirma a coordenadora do plano na área da saúde, Lilimar Mori, que ainda vê o risco de o vírus atingir o Brasil. Ainda há o temor se que de a influenza (gripe aviária) tome proporções como a da gripe espanhola, que também era originário de aves. Ele não tem capacidade de transmissão de pessoa para pessoa, mas tem sua característica é muito agressiva, afirma a médica.
Alerta Um congresso realizado em São Francisco alerta que uma mutação do vírus poderia se espalhar pelo mundo em quatro dias. Por isso a OMS orienta que todos os países tenham seus planos de contingência para uma possível pandemia de gripe. Masi de 75 países já aderiram às orientações do órgão. O risco é de uma mutação do vírus H5N1, para ser transmitido de pessoa para outra. (CS)