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Pesquisadores localizam ponto fraco no vírus H5N1 da gripe aviária

<p>Uma equipe do Instituto Nacional para Pesquisa Médica de Londres descobriu que a neuraminidase tipo 1, a parte do vírus definida como N1, tem uma cavidade.</p>

Redação AI (17/08/06)- Cientistas que pesquisam o vírus da gripe aviária identificaram um potencial ponto fraco em sua estrutura que pode ser alvo de novos medicamentos, neutralizando sua ação. Enquanto mapeavam a estrutura do H5N1, a cepa mais letal da doença, uma equipe do Instituto Nacional para Pesquisa Médica de Londres descobriu que a neuraminidase tipo 1, a parte do vírus definida como N1, tem uma cavidade. A neuraminidase é a proteína que permite ao vírus se espalhar para outras células do organismo.

Os pesquisadores britânicos acreditam que é provável que a cavidade seja o local ideal para que novas drogas se prendam ao vírus a fim de inibir sua disseminação. “Isso oferece um alvo que era desconhecido por nós”, comemorou Michael Perdue, um especialista em gripe aviária da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A gripe aviária é uma das influenzas causadas por 16 combinações de hemaglutinina – a aviária é a H5 – e nove de neuraminidase. No desenvolvimento de drogas, os especialistas focam justamente a neuraminidase, uma vez que a hemaglutinina é mais difícil de atacar.

A descoberta, descrita hoje na revista Nature, dá aos cientistas a chance de explorar de novas maneiras o calcanhar-de-aquiles de um vírus agressivo que, nos últimos três anos, já matou 139 pessoas de um total de 238 vítimas infectadas em dez países, segundo números oficiais da OMS.

A descoberta só foi possível por meio da utilização de tecnologias avançadas de raios X para fotografar os átomos e moléculas da superfície protéica do vírus. A próxima fase é o desenvolvimento, pelas companhias farmacêuticas, de remédios concebidos especificamente para se conectar à cavidade e sabotar o H5N1.

Embora o surgimento de medicamentos plenamente capazes de deter o avanço da doença ainda possa demorar de três a cinco anos, a conclusão do estudo “topográfico” do N1 é a primeira boa notícia na luta contra uma patologia que pode evoluir para uma pandemia.