Redação AI 23/10/2002 – A coordenadora nacional do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), Dra. Márcia Villa, falou durante o Workshop sobre Influenza Aviária, realizado em Campinas (SP), nos dias 16 e 17 de outubro, sobre a estrutura do programa à prevenção e ao controle da Influenza Aviária. Confira:
Mapa
“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) precisa do trabalho conjunto de todo o setor avícola para implantar e praticar o PNSA. Isso é fundamental. Não adianta que se tenha planos estratégicos mirabolantes no papel se não houver ação efetiva no campo e uma vigilância permanente para obter informações o mais rápido possível, que possibilitem ações efetivas e imediatas e que se possa, numa eventualidade, controlar e rapidamente eliminar esse processo, atuando com total segurança durante o trabalho. Temos que demonstrar eficiência, pois quando demonstramos eficiência de trabalho isso é reconhecido e gera um retorno tanto para a produção quanto para exportação”.
Importância de risco
“A Influenza Aviária e a Doença de New Castle fazem parte da lista A do escritório internacional de Epizootias (OIE) e são de importância vital para nós. Por esse motivo, todo um trabalho de investigação e vigilância ativa é fundamental para possamos manter o status que hoje temos. Influenza Aviária ainda é uma doença exótica no Brasil, ou seja, não temos notificação da ocorrência dessa doença no setor produtivo”.
Propostas do Mapa frente a atual escalada da Influenza Aviária no mundo
“O Mapa está propondo a intensificação e adoção de algumas ações específicas. Algumas delas já foram até adotadas, mas precisamos realmente discutir essas ações mais intensamente para que todas as ações necessárias possam ser oficializadas e executadas. São essas as propostas:
– Aceitação do Brasil como livre na zonificação de países com o problema da Influenza Aviária.
– Fortalecimento da monitoria nos pontos de ingresso do País: portos, aeroportos e fronteiras.
– Vigilância e controle dos estabelecimentos de produção e alojamento de aves. Isso seria feito a partir de denúncias e suspeitas de doenças de alta mortalidade.
– Habilitação do País. Esse é um processo que por meio da avaliação de questionário e visitas de missões técnicas vão fazer uma avaliação in loco do serviço e dos estabelecimentos de produção. A partir dessa avaliação, ocorre a certificação e a garantia do serviço oficial daquele país que passa a ser o responsável pela garantia desse material.
– Fortalecer a ação de fiscalização na entrada de aves e material genético no País. Adoção de protocolos sanitários mais específicos. Limitar o ingresso de material genético de países que apresentam a Influenza Aviaria a alguns aeroportos e fronteiras. No caso, decidimos por Guarulhos e Viracopos até pela facilidade de envio desse material ao laboratório.
– Criação de um sistema de informação específico com a interação dos programas sanitários de diferentes países adicionalmente à OIE. Isso é muito importante, além dos protocolos firmados entre os países, devemos adicionar sistemas ágeis de informação.
– Quarentena. No caso da quarentena, nós queremos a adoção de uma série de medidas de biosseguridade. Incubatório com quarentenário,destinado ao alojamento de aves procedentes de países ou zona desses países onde exista a presença do vírus.
– Implantação de um plano sistemático de proteção para doenças exóticas.
– Vigilância permanente para denúncias.
– Fortalecimento da vigilância permanente em todos os estabelecimentos de linha pura, avozeiros, bisavozeiros, matrizeiros e incubatórios, para que se possa sempre fazer a detecção precoce.
– Nós já fazemos uma monitoria permanente para salmonela e mycoplasma e queremos avançar nessa monitoria para aumentar o nosso controle.
– Certificação por origem na procedência do material genético.
-Identificação de rotas migratórias de aves e realização de monitoramento junto com o Ibama e o Ministério da Saúde.
– Criação, no caso da Influenza Aviária, de um banco de vacinas para utilização em caso de necessidade”.