Redação AI (17/08/06)- Uma delas diz respeito à vacinação de aves criadas
Em artigo publicado na revista Nature desta quinta-feira (17/8), um grupo de pesquisadores britânicos liderados por Nicholas Savill, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, defende, com base em modelos matemáticos, a vacinação completa.
Um efetivo sistema de controle da gripe aviária precisa ter condições de proteger todas as aves dentro de um viveiro, o mais próximo possível dos 100%, disse Savill. Pelos cálculos apresentados pelo grupo, uma vacinação de pelo menos 90% em uma criação hipotética de 10 mil animais poderia reduzir em 50% as chances de novos casos da doença.
Além da quantidade, para o pesquisador britânico a qualidade dos medicamentos também é importante. As vacinas precisam ser fáceis de manusear e de aplicar. Elas devem ser eficientes também depois de uma única dose. As disponíveis atualmente não têm todas essas características reunidas, disse.
Para Savill, o ideal seria ter uma vacina para espalhar na comida ou na água utilizada pelos animais. Melhor ainda seria ter um medicamento que pudesse ser borrifado sobre o viveiro, afirmou.
Mas, apesar de totalmente favorável à vacinação ampla e irrestrita das aves confinadas, os pesquisadores britânicos defendem a necessidade de manter a estratégia do sentinela. Ou seja, entre os grupos vacinados em quase 100%, um ou outro animal deve ficar sem a proteção ao H5N1. O constante monitoramento dessas aves sentinelas poderia indicar com precisão a chegada do vírus.
O mecanismo das sentinelas é sem dúvida o mais rápido e eficiente. No caso da União Européia, por exemplo, seria necessário deixar pelo menos 1% das aves sem vacinação. E esses exemplares precisariam ficar no meio dos outros, em contato direto com o possível problema, disse Savill.
O artigo Silent spread of H5N1 in vaccinated poultry pode ser lido, por assinantes, em www.nature.com.