Redação AI (06/07/06)- A doença de Newcastle voltou ao Rio Grande do Sul. O caso foi registrado no município de Vale Real, no Vale do Rio Caí, em uma galinha caipira criada em pequena propriedade. O foco foi notificado ao governo federal, ontem, em Brasília, pelo superintendente do Ministério da Agricultura (Mapa) no RS, Francisco Signor. Lideranças do setor avícola gaúcho acompanharam o dirigente. Entre elas, o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Aristides Vogt. O Estado não registrava a patologia há 22 anos (1984), quando a Newcastle atingiu aves não comerciais.
As autoridades sanitárias gaúchas foram avisadas sobre a suspeita na terça-feira e a galinha contaminda, abatida. Segundo Signor, os resultados dos exames laboratoriais confirmaram a presença da doença. O episódio já está registrado na Organização Internacional de Epizootias (OIE). O anúncio oficial será realizado hoje, na Capital.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Marcus Vinicius Pratini de Moraes, a situação é lamentável e simboliza a fragilidade do sistema sanitário brasileiro. “O risco depende do que há nas imediações dessa propriedade.”
Procurados pela reportagem, os principais líderes do setor avícola gaúcho preferiram não se manifestar. Vogt apenas declarou reconhecer a suspeita, mas negou que o laudo seja definitivo. A doença surge num momento em que o setor atravessa forte redução na demanda internacional devido à gripe aviária.
A confirmação do caso ocorreu ao mesmo tempo em que o Brasil prepara um Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e da Doença de Newcastle. Também conhecida como pneumoencefalite aviária, a doença caracteriza-se por uma infecção aguda, altamente contagiosa, e causa desordem nervosa e respiratória em aves.