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Salmonella em suínos

<p>Pesquisa da Embrapa aponta as principais fontes de infecção da doença.</p>

Redação SI 08/07/2005 – Diferentes fontes podem contaminar granjas terminadoras de suínos por salmonella.

Relatos de pesquisadores da área de sanidade animal da Embrapa Suínos, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,  localizada em Concórdia, SC, registram que a Salmonella tem, historicamente, elevada importância não apenas como agente causador de manifestação clínica em animais, mas, em especial, como fonte de intoxicações alimentares em humanos pela ingestão de produtos de origem animal contaminados.

Estudos epidemiológicos têm demonstrado a complexidade deste agente em relação às fontes de infecção em diferentes sistemas de produção de suínos e localização geográfica. As múltiplas portas de entrada, a persistência do agente no ambiente e o estado do suíno como portador e/ou excretor, limitam a capacidade do sistema produtivo de eliminá-lo dos rebanhos.

Segundo a pesquisadora, Jalusa Deon Kich, área de bacteriologia em suínos, as fontes de infecção são múltiplas: o animal portador, o alimento, a contaminação residual das instalações, o ambiente, animais domésticos e silvestres que possam acessar às instalações e o próprio homem.

O suíno, após infectado, torna-se portador da Salmonella e quando submetido a uma situação estressante passa a excretá-la nas fezes. Fatores como transporte, mistura de lotes e doenças, entre outros, podem determinar a excreção da bactéria. Uma vez que o ambiente do caminhão ou baia esteja contaminado, os companheiros de lote são infectados, tornando-se novos portadores e, dessa forma, a bactéria se mantém nas diferentes fases do sistema de produção. Os suínos infectados chegam ao frigorífico excretando Salmonella e contaminam o lote e as baias de espera por onde passarão animais de outras granjas.

“Os altos índices de suínos portadores de Salmonella em linfonodos, evidenciados em trabalhos de pesquisa no Sul do Brasil, sugerem que as fontes de contaminação são múltiplas”, afirma a pesquisadora. Identificar as principais fontes de contaminação, quebrando esse ciclo, foi o motivo do estudo desenvolvido por Jalusa Deon Kich, através do qual demonstrou a existência de contaminação residual entre lotes, mesmo após a limpeza e desinfecção, e que a ração e o suíno quando excretor são veículos para a entrada da salmonella em granjas de terminação.

No experimento realizado, relata a pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, ainda que todas as granjas tenham sido submetidas à limpeza, desinfecção e vazio sanitário, em 50% delas foi isolado Salmonella no piso das baias vazias, o que demonstra que, nesses casos, o ambiente já estava contaminado antes do alojamento dos leitões.

Jalusa diz que dá para justificar essa contaminação com duas explicações: limpeza e desinfecção não eficiente para eliminar a Salmonella e/ou recontaminação das baias desinfetadas.

“Provavelmente as duas situações ocorreram, uma vez que não houve diferença entre as granjas que receberam as orientações de manejo correto e as demais”. Esse fato demonstra a dificuldade em manter as instalações livres de Salmonella, apesar disso o controle deve ser amplo, de forma a abranger e monitorar todas as fases da cadeia produtiva.

Os resultados desse estudo, de acordo com o relato da pesquisadora,  apontaram três importantes fontes de infecção interrelacionadas: ambiente, animais excretores e ração. Mesmo que em um dado momento apenas um desses fatores esteja atuando, rapidamente os demais se tornam formas de propagação da infecção. Acredita-se que os altos índices de animais portadores de Salmonella ao abate são resultados da interrelação destas fontes.

O conteúdo completo desse documento, que relata os detalhes da condução do experimento, incluindo recomendações para as principais fontes de contaminação, você encontra no Comunicado Técnico Número 389, que poderá ser acessado gratuitamente na página eletrônica da Embrapa Suínos e Aves www.cnpsa.embrapa.br, link publicações. Também é possível solicitar informações pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão-SAC  da Unidade, pelo e-mail  [email protected]  ou pelo telefone (49)442.85.55.