Redação SI 02/09/2002 – A sarna sarcóptica dos suínos causa muitos prejuízos à atividade suinícola. As perdas estão associadas à queda de peso, atraso no crescimento, redução da produção leiteira e da eficiência reprodutiva, enfraquecimento e, em casos extremos, até a morte dos animais, principalmente daqueles bem jovens. Causada pelo ácaro Sarcoptes scabei, exige controle criterioso quando detectada, para não persistir no plantel.Doença de pele mais freqüente desta espécie, a sarna dos suínos foi tema de dissertação de mestrado do médico veterinário Edmilson Vieira Silva. O estudo envolveu a coleta de material em 32 granjas ao redor da cidade de Goiânia, num raio de 250 quilômetros, abrangendo 23 municípios. Foram examinadas 322 amostras de raspagens de pele e, dentre essas, 12% deram resultado positivo. Animais de algumas granjas registraram a presença do ácaro mesmo com o tratamento em curso. Esse fato indica erros de manejo, explica Jurij Sobestiansky, professor do Departamento de Patologia da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás.O tratamento dos animais pode estar sendo procedido de forma incorreta, ou a qualidade da higiene dessa granjas não é adequada. Os erros mais freqüentes são a escolha errada dos produtos utilizados, falhas na assepsia das instalações e descuido com o tratamento da parte interna da orelha , onde a sarna pode estar localizada em forma de crostas escuras, frouxamente presas à pele.Como o animal fica com a orelha baixa, a aplicação pulverizada de produtos não atinge o foco principal. O correto é lavar a orelha, tirar as crostras e aplicar o acaricida no local, explica Jurij Sobestiansky. Se esse procedimento não for realizado, uma fêmea, por exemplo, quando for para a maternidade, acabará transferindo o ácaro para os leitões.A pulverização exige utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) para evitar a intoxicação do tratador. O diagnóstico é bastante simples. Colhe-se com uma cureta pele suspeita em determinados locais, principalmente na orelha e na parte inferior dos membros e faz-se o exame microscópico para identificar o ácaro.SintomasAlém de crostas na orelha, o sinal característico da presença da sarna é a alteração do comportamento dos animais, que se coçam e esfregam a parte afetada pelo ácaro nas paredes das baias. Outros sintomas importantes são a vermelhidão intensa da pele e a perda de pêlos, resultante da fricção.A fêmea fecundada do ácaro entra na pele e vai escavando galerias. A irritação local é provocada pela ação mecânica do inseto e por uma reação química que provoca coceiras. A inquietação constante faz o animal demorar mais para atingir o peso de abate, elevando o consumo de ração.Os problemas reprodutivos também estão relacionados à inquietação, pois os animais ficam muito nervosos e se coçam bastante, deixando de cobrir as fêmeas, embora continuem a produzir sêmen. As matrizes acometidas pela sarna podem ter leitegadas pequenas, ocorre aumento de esmagamento de leitões na maternidade e cai a produção de leite, o que resulta em filhotes com menos peso.
Sarna requer controle
Doença causa diversos problemas, mas o controle não é difícil. Suinocultor precisa estar atento.
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