Redação (16/10/06) – A crise prolongada que afeta o setor de carnes no Paraná é resultado de uma conjugação de fatores, incluindo os focos de febre aftosa em outubro de 2005, estiagem iniciada na mesma época e gripe aviária na Ásia e na Europa. Atinge um segmento agroindustrial construído ao longo dos anos, produtor de proteína animal, de produtos de maior valor agregado e com representatividade na produção e exportações brasileiras de carnes de aves e suínas.
A representatividade da produção paranaense de carnes está demonstrada no Valor Bruto da Produção da Pecuária de Corte, que representa 35% do total do faturamento agropecuário no Paraná em 2004.
Além desse indicador, o Paraná é o maior produtor de aves, terceiro produtor de suínos e conta com um rebanho bovino para corte da ordem de 7,0 milhões de cabeças.As vendas externas do complexo carnes (aves, bovinos, suínos e outras) no 1 semestre de 2006 assinalam uma queda de 15%, passando de US$ 537 milhões para US$ 455 milhões, resultado da ameaça da gripe aviária e do embargo da Rússia à carne suína brasileira, em função da febre aftosa no Estado. Em reais a perda foi de R$ 179 milhões (dólar médio de R$ 2,179/US$).
O grupo de carne suína teve queda de 69% (de US$ 60 milhões para US$ 18 milhões), resultado de preços internacionais menores, de US$ 2.223/t (1 semestre de 2005) para US$ 1.602/t (1 semestre de 2006) e principalmente, do embargo da Rússia à carne suína brasileira, resultando em menor volume comercializado (-57%).
As exportações de carne bovina “in natura” permaneceram zeradas no período janeiro-junho/2006, com registros apenas para comercialização de carne bovina industrializada (de duas mil toneladas e divisas de US$ 5,6 milhões).
As exportações de carne de aves foram as que menos sofreram com a crise, registrando queda no volume exportado de 354 mil toneladas para 330 mil toneladas. A receita caiu de US$ 384 milhões para US$ 379 milhões, em função dos preços mais baixos.