Redação AI 01/06/2005 – O Ministério da Agricultura está investigando a suspeita de um foco da doença de Newcastle em frangos no Mato Grosso do Sul. Na semana passada, 17 mil aves de uma granja em Jaraguari, a 30 quilômetros de Campo Grande, foram sacrificadas depois que frangos do aviário morreram apresentando problemas respiratórios.
Fonte do Ministério da Agricultura afirmou que análises preliminares indicaram que “pode ser Newcastle”. A fonte descartou o risco de gripe aviária, doença que dizimou plantéis de frango na Ásia e que não existe no Brasil. “Influenza aviária não é”, garantiu.
Amostras das vísceras das aves estão sendo analisadas no Laboratório de Referência Animal – Lara – do Ministério da Agricultura em Campinas (SP). Com os testes será possível confirmar se é mesmo Newcastle e qual o nível de patogenicidade do vírus.
A doença de Newcastle é causada por vírus e ocorre em aves migratórias. Pode afetar o sistema respiratório ou nervoso das aves, levando à morte. A fonte do Ministério destacou que a doença não afeta seres humanos, mas é considerada grave pois gera prejuízo econômico ao causar mortalidade das aves.
Segundo nota da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal de Vegetal do Mato Grosso do Sul – Iagro -, os proprietários da granja, em Jaraguari, detectaram o problema na última quarta-feira e comunicaram ao órgão. Após o comunicado, 17 mil aves foram sacrificadas e o local foi interditado, medidas previstas pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), órgão que define regras de sanidade animal.
O Iagro não divulgou outras informações sobre o caso, e disse que o laudo do Lara deve sair esta semana. Na nota, a gerente de defesa sanitária animal do órgão, Gladys Espíndola Raquel, afirmou que “várias doenças têm sintomas parecidos, e por isso não podemos precisar qual delas se manifestou no local”.
Além do abate sanitário, os técnicos do Iagro interditaram 107 propriedades vizinhas à granja em Jaraguari e dedetizaram veículos que circulam pela região. Outra medida implementada foi o controle do trânsito de aves na região.
Para a fonte do Ministério, as exportações de frango não devem ser suspensas caso a doença de Newcastle se confirme. Mas, para isso, reconheceu, o país precisa comunicar à OIE e aos parceiros com quem mantém acordo sanitário todas as medidas tomadas para controlar a doença. Outro argumento é a dimensão do território brasileiro, que dificultaria a contaminação de aves de regiões distantes do foco.
A grande preocupação é com o Sul do país, onde está a maior fatia da avicultura comercial brasileira e concentra a exportação. A região não registra casos de Newcastle há cerca de dez anos, segundo fontes do setor.
O último caso da doença no Brasil foi detectado há quatro anos em Nova Roma (GO), informa a fonte do Ministério. Um ano antes, a enfermidade fora detectada em galinhas d”angola, no Rio de Janeiro. Nas duas ocasiões, as exportações de frango não foram suspensas.
Para evitar riscos da doença de Newcastle e de influenza aviária, o Ministério da Agricultura faz periodicamente o monitoramento soroepidemiológico das aves, isto é, testa material para detecção dos vírus dessas enfermidades em regiões de aves migratórias.