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Um plano contra a gripe para a OIE ver

<p>Na reunião da OIE, o plano será usado como peça central no marketing do governo brasileiro.</p>

Redação AI (10/04/06)- Sem medidas concretas imediatas de prevenção e combate à influenza aviária e à doença de Newcastle no país, o plano de defesa e erradicação dessas enfermidades será usado como peça central no marketing que governo e setor privado pretendem fazer no mercado externo.

Anunciado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva na última sexta-feira, o plano de prevensão e combate à influenza aviária será apresentado pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, na próxima reunião da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), marcada para o próximo mês maio, como um grande avanço na defesa agropecuária brasileira.

No encontro, em Paris, ele tentará convencer os principais mercados importadores da carne de frango brasileira que o Brasil está preparado para enfrentar essas doenças e que o plano é um instrumento concreto para impedir a chegada ao país do temido vírus da influenza aviária, que já fez 108 vítimas fatais entre humanos, principalmente na Ásia. “Se a influenza vier para cá, vai apanhar do Brasil”, disse Roberto Rodrigues.

Além de significar um gesto político de afago a produtores e grandes indústrias do frango, o plano também serve para convencer os consumidores brasileiros de que não há riscos em comer frango nem de a gripe aviária chegar ao Brasil neste ano. “Eu não acredito que venha para o Brasil, por causa da distância [dos locais onde houve casos]. É importante ressaltar que nós estamos nos preparando para isso”, afirmou o presidente Lula. O ministro interino da Saúde, José Agenor da Silva, também reforçou a mensagem aos consumidores. “Estamos preparados”, disse.

Sem a proibição do trânsito interestadual de aves vivas e material genético, o setor privado teve que se contentar apenas com um plano de contingência para a ocorrência de um eventual caso de influenza no país. “Queríamos a proibição, mas entendemos as limitações do governo”, disse o vice-presidente da União Brasileira da Avicultura (UBA), Ariel Mendes.

As restrições só serão possíveis após um longo processo de avaliação dos serviços estaduais de defesa agropecuária, realização de estudos soroepidemiológicos dos plantéis, além da autorização prévia do Ministério da Agricultura. Santa Catarina deve ser o primeiro estado a implantar as medidas e a pedir autorização para fechar suas divisas com Paraná e Rio Grande do Sul. Nesse caso, a proibição poderá ser estendida a aves de corte e descarte de granjas de reprodução e de ovos de consumo ou destinados ao abate.

As restrições só poderão ser impostas entre os Estados com diferentes status sanitários ou de distintos níveis de eficiência dos serviços de defesa. O país será dividido em regiões, e a adesão ao plano será voluntária. Haverá um cadastro de todas as granjas comerciais, locais de invernada de aves migratórias e criatórios domésticos num raio de 10 km, além da montagem de fundos de emergência privados para bancar indenizações. Haverá também a certificação de estabelecimentos livres das doenças em estados fora das áreas livres.