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Gripe Suína

União Europeia fará reunião de emergência para discutir gripe suína

Vinte e duas pessoas já morreram em decorrência da doença no México. Há mais suspeitas.

A União Europeia (UE) deve realizar uma reunião de emergência com todos os ministros da Saúde dos países do bloco para discutir o combate à gripe suína. A comissária europeia de Saúde, Androulla Vassiliou, pedirá à presidência da UE que essa reunião seja convocada “o mais breve possível”.

Vinte e duas pessoas já morreram em decorrência da doença no México. Entretanto o número de mortos pode passar de cem, já que outras 81 mortes estão sendo investigação sob suspeita de que tenham sido provocadas pela gripe suína. O governo mexicano elevou também a estimativa do total de pessoas infectadas. “Os relatos mais recentes que temos são de 1.614 casos, com 103 mortes [22 confirmadas] e nós ainda temos cerca de 400 pacientes no hospital”, afirmou ministro da Saúde do país, José Angel Cordova.

Nos EUA, as autoridades confirmaram vinte casos da doença, e no Canadá, sete. Nenhuma pessoa morreu nesses países. No resto do mundo, há suspeitas de 13 pessoas infectadas na Nova Zelândia, nove na Espanha, e uma em Israel. O governo da França, país que tinha suspeita de um caso da doença, descartou por ora a possibilidade de haver infectados no país.

No Brasil, gabinete criado pelo governo federal contra a gripe suína divulgou nota neste domingo informando que foram descartadas evidências de circulação do vírus no país. O Ministério da Saúde confirmou que a Secretaria de Saúde de São Paulo chegou a notificar o governo sobre a suspeita de que dois brasileiros que chegaram de uma recente viagem ao México apresentaram sintomas de gripe. Mas, segundo a nota, as análises iniciais indicam que os sintomas não estão relacionados com a doença.

“Os dois casos estão sendo investigados para identificar a causa do quadro clínico, mas não atendem à definição de caso suspeito de influenza suína por não apresentarem sinais e sintomas compatíveis com a doença: febre acima de 39ºC, acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, musculares e nas articulações”, diz o comunicado.

Os especialistas da Comissão Europeia acompanharam de perto a evolução do vírus durante o final de semana e destacaram que até o momento nenhum caso se confirmou na Europa.

O ministro das Relações Exteriores da Suécia, Carl Bildt, afirmou que é preciso evitar o alarmismo e aguardar uma avaliação mais precisa das autoridades de saúde. “Não deveríamos nos preocupar inutilmente até que saibamos realmente o que está acontecendo”, disse.

A diretora da OMS (Organização Mundial da Saúde), Margaret Chan, reforçou, neste domingo, a necessidade de todos os países adotarem medidas de prevenção à gripe suína. “O vírus tem claramente um potencial pandêmico.” Pandemia é o nome dado às epidemias de grande alcance geográfico, talvez global. “Os países que ainda não foram atingidos devem aumentar sua vigilância”, advertiu a diretora.

Segundo conselho do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, lavar as mãos é um dos principais meios para prevenir a infecção pelo vírus.

De acordo com o órgão, esse vírus se dissemina entre as pessoas da mesma forma que o da gripe “convencional”, por meio de gotículas emitidas pelo espirro ou a tosse do doente. Por isso, é recomendável evitar o contato com pessoas infectadas –se estiver doente, evite grandes aglomerações, para não espalhar o vírus. É recomendável inclusive usar máscaras.

Também é possível ser infectado ao tocar superfícies que contenham o vírus e depois levar a mão à boca, ao nariz ou aos olhos. Por isso, é preciso lavar as mãos com frequência, por 15 a 20 segundos, usando água e sabão ou até gel à base de álcool.

No Estado de Nova York, o governo ativou o seu plano de preparação para emergência de saúde e decretou “alerta elevado” devido à possibilidade de aparecerem mais casos de gripe suína na região. O anúncio veio na esteira do do governo federal, que colocou a saúde pública nacional em estado de emergência. Neste domingo, os EUA alcançaram uma marca de 20 casos confirmados da doença, sendo oito na cidade de Nova York.

O Banco Mundial (Bird) aprovou neste domingo um empréstimo emergencial de US$ 205 milhões para o México, dos quais US$ 25 milhões para entrega imediata, para ajudar o país a enfrentar o surto.

Economia

O surto levanta ainda o temor de que possa representar um baque adicional para os mercados em meio à crise econômica global.

O assunto foi comentado neste domingo por dirigentes que participaram em Washington de uma reunião com ministros de finanças e das áreas sociais de 185 países que fazem parte da Comissão Conjunta de Desenvolvimento do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.

Embora não tenham sido discutidos durante as sessões oficiais do encontro, que se concentraram nas consequências da crise financeira para o desenvolvimento econômico e social, os efeitos de uma possível pandemia de gripe apareceram nas conversas dos corredores e foram tratados em entrevistas de ministros e de dirigentes das organizações.

Doença

Com provável origem em porcos, o vírus da gripe suína é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 39ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal, mas com vômitos e diarreia mais severos.

O vírus da gripe suína identificada no México é do tipo influenza A –uma variação do H1N1– e é transmitido de pessoa para pessoa. Ele possui material genético de vírus de aves, porcos e humanos, com elementos de vírus suínos europeus e asiáticos. Os sintomas são febre superior a 39ºC que aparece repentinamente, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal, além de diarreia forte e vômitos.

*Diagnóstico *

Há suspeitas de que o México tenha perdido dias ou semanas valiosos para identificar essa nova variação da gripe suína. De acordo com a agência Associated Press, a primeira morte causada por essa variação de gripe suína aconteceu no Estado de Oaxaca, no último dia 13, mas o México só enviou amostras de mucosa para análise cinco dias depois.

Naquele mesmo dia, o governo mexicano enviou equipes de profissionais da saúde a hospitais para procurar mais pacientes com gripe severa ou sintomas de pneumonia. Eles perceberam, então, que estavam morrendo principalmente pessoas com 20 a 40 anos, embora os idosos e as crianças sejam as vítimas mais comuns das gripes –o mesmo ocorreu na gripe espanhola, que matou ao menos 40 milhões de pessoas entre 1918 e 1919.

De acordo com o secretário de Saúde mexicano, José Cordova, os laboratórios do país não tinham dados suficientes para detectar a variação inédita do vírus. Para o México, foi só na quarta-feira passada (22) os casos deixaram de ser tratados como remanescentes da época da gripe, que vai de janeiro a fevereiro, para ser casos de um vírus inédito.