Redação AI (30/03/06)- Testes clínicos confirmaram que uma vacina experimental aplicada em altas doses alcança uma reação imunológica positiva no combate à gripe aviária em adultos sadios, diz um estudo da revista The New England Journal of Medicine divulgado hoje. Segundo a pesquisa, realizada por cientistas de universidades americanas de Rochester, Maryland e Califórnia, aproximadamente metade dos voluntários que receberam uma dose inicial e um reforço da vacina desenvolveram níveis de anticorpos que poderiam neutralizar a ação do vírus H5N1.
Esta descoberta representa um grande avanço nos esforços do país para se preparar para uma possível epidemia de gripe aviária , disse Elias Zerhouni, diretor do Instituto Nacional de Saúde (NIH), organização do Governo dos EUA que financiou a pesquisa.
Os testes tiveram a participação de 451 pessoas de 18 a 64 anos, que receberam duas doses da vacina durante um mês. Entre os que receberam a maior dose da vacina (90 microgramas), 54% geraram níveis de anticorpos que os mantinham protegidos do vírus. A porcentagem de pessoas que ficaram imunes à vacina diminuiu à medida que diminuiu a força da dose, diz o estudo. Testes preliminares realizados no ano passado apresentaram resultados positivos similares.
A dose de 90 microgramas é muitas vezes maior que a existente na vacina convencional, que é recomendada anualmente para combater a gripe comum nos Estados Unidos. Segundo Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional para a Alergia e as Doenças Infecciosas, a pesquisa faz parte de um esforço maior para combater a doença. A gripe aviária, que é causada pelo vírus H5N1 e é transmitida pelas aves, causa preocupação em todo o mundo por causa do temor de que sofra uma mutação que permita que a doença se transmita de pessoa para pessoa.
A mutação causaria uma epidemia, pois o homem não é imune a este tipo de vírus, dizem analistas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus infectou 186 pessoas e mais da metade delas morreram, até o dia 24 de março.