Reiteradamente informo, em artigos, palestras e entrevistas, que não sou economista, pelo que não tenho formação profissional para aprofundadas análises econômicas e para tecer considerações sobre perspectivas. No entanto, o reiterado acompanhamento do assunto na área do agronegócio me possibilita abordá-lo, manifestando ponto de vista pessoal.
Estamos no final do ano, portanto, obviamente próximos do início de outro.
Em 2015, no Brasil, teremos um governo recém-eleito e com compromissos de promover avanços institucionais, sociais e econômicos, mas que continua com a mesma titular, reeleita.
Os novos ministros da Fazenda e do Planejamento assinalam com mudanças, principalmente no que diz respeito à contenção dos gastos públicos. Isto não pode corresponder à falta de incentivo ao desenvolvimento, acentuadamente na área do agronegócio, onde é preciso estimular: a pesquisa, com vistas ao aumento da produtividade; os mecanismos de comercialização e os investimentos para melhorar a infraestrutura necessária a uma eficiente gestão logística.
As perspectivas são de, paralelamente à busca de equilíbrio orçamentário, ocorrer aumento de juros e, a partir de alguns meses, quedas na taxa de inflação.
Relativamente à questão cambial, com tendência de alta do valor da moeda dos Estados Unidos – dólar – assistiremos à tentativa de práticas com vistas à minimização de seus efeitos, principalmente no processo inflacionário.
Tudo isto, no entanto, não representará diminuição acentuada no consumo de alimentos, pelo que a demanda por proteínas animais deverá continuar expressiva.
No ambiente externo, as perspectivas são de crescimento econômico nos Estados Unidos, pequenas modificações na Europa e PIB menor na China.
No país norte-americano, obviamente, o FED diminuirá as emissões de dólares para socorrer a economia. De outra parte, o anunciado aumento nas taxas de juros representará uma atração para investimentos de recursos nacionais e internacionais em títulos do Tesouro.
A tendência é de valorização do dólar. De outro lado, porém, esta situação melhor na economia estimulará o comércio internacional, o que pode beneficiar o Brasil.
O Banco Central brasileiro continuará adotando mecanismos que visem a evitar o aumento desmesurado do valor do dólar.
À primeira vista, não ocorrerão, na Europa, mudanças significativas com reflexos em nosso país.
Na China, o crescimento menor nas taxas do PIB, ao meu juízo, não prejudicará o consumo de alimentos. Pode ter reflexos em outras áreas.
O Brasil, nos últimos tempos, abriu e ampliou mercados, principalmente em países asiáticos. Isto deverá continuar ocorrendo.
Diante deste quadro, na área de consumo das proteínas animais, não vislumbro, internamente, quedas expressivas de demanda, mesmo com os cortes dos gastos públicos.
Os reflexos da situação externa serão, principalmente, originários do câmbio, pelas repercussões, de um lado, no custo das rações – cujas matérias-primas têm preços determinados pelo mercado internacional – e, de outro, no aumento do valor da venda dos produtos finais, o que representará maiores receitas.
Diante disto, parece-me que iniciaremos 2015 com boas perspectivas na área de produção e comércio de proteínas animais.
Vamos torcer.
Desejo a todos um feliz Natal, festa em que celebramos o nascimento da mensagem e da prática de amor, solidariedade, coragem e doação. Almejo, também, que tenhamos todos um ano de 2015 pleno de venturas, com as bênçãos do Espírito Santo.