O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, junto a equipe política da entidade participou, na última terça-feira (26), da última reunião online da Câmara Setorial de Aves e Suínos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) deste ano. Na oportunidade, a pedido da ABCS, a equipe técnica da Pasta apresentou os resultados alcançados no projeto piloto de vacinação contra Peste Suína Clássica (PSC) em Alagoas e as próximas etapas para 2022. Lembrando que o piloto de Alagoas faz parte do Plano Estratégico Brasil Livre de PSC, criado através de uma importante parceria público-privada entre o Serviço Veterinário Oficial (MAPA e ADEAL) e as instituições que têm atuado representando o setor privado, como a ABCS, a ABPA, a CNA/SENAR, o IICA e a Zoetis.
De acordo com a apresentação do chefe da Divisão de Sanidade dos Suídeos do Departamento de Saúde Animal (DSA) do MAPA, Guilherme Takeda, foram 60 dias de trabalho para realizar a primeira fase da vacinação. Ao todo, a equipe de vacinadores visitou 7.018 propriedades, sendo que 80% dessas propriedades foram de novos cadastros, resultando em 106.881 suínos vacinados. Já a segunda etapa da campanha de vacinação está prevista para fevereiro de 2022. Takeda explicou que o saldo dessa primeira fase de trabalho em conjunto com a iniciativa privada foi muito positivo, visto todos os números da campanha. Completando a fala do Takeda, o presidente da Câmara Setorial, Ricardo Santin agradeceu todo o empenho do MAPA e o envolvimento dos servidores da Pasta com o tema.
Para o presidente da ABCS a erradicação e combate da PSC na Zona não Livre (ZnL), partindo de Alagoas, foi umas das prioridades do sistema ABCS em 2021 e continuará no radar da entidade em 2022. “Ser uma das protagonistas nesse projeto junto com outras entidades é sem dúvida uma grande conquista para os produtores de suínos”. Lopes reforçou ainda que a continuidade da vacinação tanto em Alagoas, quanto nos outros estados da ZnL é primordial para erradicar a doença.
A ABCS e a ABPA, juntas, apoiaram o Projeto em Alagoas com um montante de R$ 1.300.000,00 e somente na primeira etapa o aporte foi de quase R$900.000,00, segundo os dados do MAPA sobre a campanha. Takeda explicou que a equipe de vacinadores e os brincos dos animais foram os maiores custos do projeto, já as vacinas utilizadas foram doadas pela Zoetis. De acordo com Takeda, o Departamento de Saúde Animal do MAPA irá disponibilizar nos próximos dias um relatório com os dados executados nesta fase do projeto.
China: principal destino das exportações de carne suína
Além de PSC, outro tema tratado com prioridade na Câmara foi sobre as perspectivas da geopolítica para a Carne Suína em 2022. Segundo o presidente da Câmara, Ricardo Santin, a China revisou para baixo o rebanho das matrizes para o período de 2021 a 2025. “A meta fixada do número de matrizes, da China, para os próximos 4 anos, diminuiu e junto com isso os novos focos de Peste Suína Africana continuam a se espalhar pelo território Chinês”. Os dados foram apresentados pela equipe técnica da ABPA.
Ainda na pauta da Câmara foi tratado sobre o trabalho do VIGIAGRO no combate a PSA, um esforço do MAPA junto ao setor para controlar a entrada de pragas e doenças no Brasil. Outro assunto no radar foi a necessidade do setor unir esforços para colocar em prática o Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos em 2022, visando a manutenção da vigilância sorológica do país. Para o presidente da ABCS, as pautas tratadas e debatidas na Câmara são essenciais para termos uma suinocultura cada vez mais competitiva e rentável.