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Economia

Análise do mercado suíno

Diretor de Mercado da Abipecs, Jurandi Machado, traça perfil do mercado atual no Brasil e faz projeções para os próximos 2 anos.

Análise do mercado suíno

Na última quinta-feira, 14 de outubro, foi realizada na sede da Asemg um encontro dos produtores mineiros com o diretor de Mercado da Abipecsa, Jurandi Machado, com objetivo de analisar o mercado atual da suinocultura brasileira e traçar as perspectivas para os próximos 2 anos no Brasil e em Minas.

De acordo com Jurandi, devido a crise de 2008, o mercado estagnou, não havendo aumento do número de matrizes em 2008 e 2009, reflexo que ainda pode ser percebido nesse ano.  Fatores como a alta dos preços dos insumos, como o milho, também foram determinantes para o cenário, além dos investimentos em gestão de qualidade. “Não podemos falar em perda, pois o mercado cresce cerca de 1,5% ao ano, porcentagem pequena se considerarmos o potencial dos produtores, mas o que temos percebido nesses últimos 2 anos é a preocupação com investimentos em gestão de qualidade dos negócios, treinamentos, o que é fundamental, pois não adianta aumentar a produtividade sem valor agregado”, disse Jurandi.

Ainda de acordo com o diretor, os volumes em 2010 são semelhantes aos praticados em 2009, com o plantel brasileiro chegando a 32 milhões de cabeças e com a capacidade de abate ocupada quase em sua totalidade, devido também ao fato da queda nas exportações, o que favoreceu o mercado interno. Para os próximos anos, pode-se estimar um crescimento em cerca de 2% com incremento da oferta a partir do 2° semestre de 2011, garantindo aumento de retorno na produtividade, mantendo uma demanda ajustada ao mercado.

Um dos fatores que contribuirá para esse novo cenário, além dos incrementos de gestão, são os investimentos de grandes empresas no setor de suínos, e novas plantas que devem ser instaladas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, além da ampliação dos plantéis, como no caso de Mato Grosso. Jurandi afirmou ainda que para 2012 o cenário será ainda mais favorável, já sinalizando para um crescimento do número de matrizes no Brasil, e pode-se também falar em aumento de consumo, considerando as ações desenvolvidas pela entidades representativas do setor que já demonstram resultados positivos, como o PNDS (Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura). A previsão de queda da informalidade também é outro ponto positivo para os próximos anos.

Esse conjunto de fatores, de acordo com o diretor, mostra que os produtores ficam mais previdentes, sendo possível fazer projeções com cautela, dentro da realidade do mercado, que segue o rumo dos ajustes internos.

Para o mercado mineiro, as expectativas são otimistas, com crescimento no número de matrizes em cerca de 6%. Durante o encontro, os produtores de Minas discutiram o mercado atual e fizeram suas projeções, estimando que das 230 mil matrizes em 2010, cheguem a 235 mil em 2011 e cerca de 245 mil em 2012, mostrando que Minas Gerais trabalha à frente do mercado, ajustando sua demanda e fomentando o setor. Atualmente o Estado produz cerca de 400 mil toneladas/ano, esperando abater cerca de 20 mil animais/dia até 2012.

Para o Presidente da Asemg, João Bosco Martins de Abreu, encontros como este são de fundamental importância para a troca de informações sobre o mercado no Brasil. “Analisando o mercado nacional podemos definir quais as melhores estratégias para o nosso mercado, fazendo previsões sensatas e garantindo o desenvolvimento de nossos plantéis”, afirmou o Presidente.

Jurandi Machado finalizou sua apresentação afirmando que 2010 tem sido um ano bom para o mercado de suínos, com oferta ajustada a demanda, e que os produtores devem pensar sim em crescimento, mas de forma gradativa e cautelosa.