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Agricultura

Banco do Brasil confirma que vai ofertar R$ 135 bi em crédito rural na safra 2021/22

Montante é 17% superior ao do ciclo 2020/21, que chegará ao fim na quarta-feira

Banco do Brasil confirma que vai ofertar R$ 135 bi em crédito rural na safra 2021/22

O presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, confirmou hoje que a instituição vai oferecer R$ 135 bilhões em crédito rural na safra 2021/22. O montante é 17% superior ao valor desembolsado na temporada que chegará ao fim esta semana, que alcançou R$ 115 bilhões – R$ 460 milhões por dia. A informação foi antecipada pelo Valor na semana passada.

De acordo com Fausto Ribeiro, serão R$ 34 bilhões ofertados para pequenos e médios produtores.

Durante cerimônia virtual para lançamento das linhas de crédito da safra 2021/22, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Agricultura, Tereza Cristina, o BB assinou simbolicamente o primeiro empréstimo com as novas condições. Foi um custeio pecuário ao produtor rural José Teófilo, de Minas Gerais.

Na safra 2020/21, o BB, líder histórico do mercado de crédito rural no país, financiou 48 mil máquinas, sendo 12 mil tratores e 3 mil colheitadeiras. Além disso, aplicou mais de R$ 1 bilhão no financiamento para construção e ampliação de armazéns, por meio do PCA.

Foco no pequeno produtor

Na cerimônia, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reforçou que o Plano Safra 2021/22 contemplou todas as categorias de produtores, com atenção especial aos pequenos e aos investimentos dos grandes agricultores.

A ministra aproveitou para agradecer o apoio do presidente Jair Bolsonaro ao agronegócio. “Presidente, só a sua presença aqui mostra a importância desse setor para este governo, para o seu governo. Obrigado por tudo que tem feito pelo agro brasileiro”, afirmou.

A ministra também agradeceu os esforços da equipe econômica para a formulação do Plano Safra, apesar de não sido atendido seu pedido de R$ 15 bilhões de orçamento para equalização dos juros. A cifra ficou em R$ 13 bilhões, acima dos R$ 11,5 bilhões da temporada anterior.

Tereza Cristina também elogiou a “direção” que o BB, segundo ela, volta a ter, de apoio ao agronegócio. “Obrigado pela condução do BB que sempre foi maior parceiro do produtor. A direção que o banco volta a ter junto ao produtor rural. Maior braço desse banco é o agro brasileiro”, completou.

Operações com subvenção

Dos R$ 88 bilhões em operações de crédito rural com juros subsidiados pelo Tesouro Nacional na safra 2021/22, o Banco do Brasil terá quase metade. Serão R$ 43 bilhões em operações equalizadas no BB na próxima temporada, que começa nesta quinta-feira. Ao todo, 12 instituições atuarão no financiamento ao campo com subvenção.

Apesar do “aparente atraso” na formulação e divulgação do Plano Safra, consequência de cortes no orçamento e intensas negociações por recursos para equalização dos juros, o vice-presidente de Agronegócios do BB, Renato Naegele, afirmou que o banco está preparado para iniciar as operações de crédito com as novas condições nesta quinta-feira.

Na cerimônia virtual de lançamento do Plano Safra 2021/22 do BB, foram assinados simbolicamente cinco contratos de crédito rural, um em cada região do país.

Demanda firme

Segundo Naegele, o setor agropecuário demonstra grande apetite por crédito rural, apesar da elevação das taxas de juros, o que deve sustentar ou até aumentar a procura por financiamentos na safra 2021/22. “O aumento dos juros pode reduzir a margem do produtor, mas ele está capitalizado, viveu a safra passada com Selic de 2%”, disse.

A alta das taxas pode, por outro lado, afetar o desempenho das linhas de industrialização, afirma. Naegele diz que os bancos direcionavam recursos para essas linhas para cumprir as exigibilidades do crédito rural, operando até com margem negativa, o que não deverá se repetir com o atual patamar de juros.

“Tem movimento recente de aumento dos juros. Ainda não está muito claro onde em que patamar eles vão se estabilizar. Precisamos acompanhar isso ao longo dos próximos três ou seis meses, talvez até o final do ano”, completou.