Os preços do suíno vivo e da carne voltaram a recuar em agosto após expressiva recuperação no mês anterior. A queda nas cotações esteve atrelada à forte pressão de compradores, que alegavam ter carne em estoque. Com isso, os valores de venda da carne no atacado acabaram recuando, ao mesmo tempo em que frigoríficos reduziram a procura por animais para abate. No que diz respeito à demanda, os mercados doméstico e externo se mantiveram firmes. A evolução dos preços da carne suína e das carnes concorrentes bovina e de frango no atacado da Grande São Paulo, ao longo de agosto mostra que a suína ganhou competitividade em termos econômicos, o que deve, pelo menos, ter sustentado o nível de vendas. No front externo, houve aumento significativo dos embarques. Dados divulgados pela Secex mostram que os embarques da carne suína aumentaram 29% em relação a julho, surpreendendo muitos agentes, especialmente produtores que ouviam de frigoríficos reclamações inclusive sobre as vendas externas. Dessa forma, a divulgação de tais resultados favoreceu a argumentação de suinocultores que já conseguiram a interrupção das quedas nos preços do animal e até mesmo aumento em algumas regiões no início de setembro.
Por outro lado, os insumos ficaram mais caros em agosto, agravando as perdas do poder de compra dos suinocultores – que voltaram a se aproximar das médias de julho. Frente ao milho, a relação de troca na região de Campinas (SP) recuou 24,3% ao longo do mês – o produtor, que conseguia comprar até 5,86 quilos do grão no final de julho com a venda de um quilo do animal, passou a adquirir apenas 4,44 quilos no encerramento de agosto. Por sua vez, o produtor catarinense teve queda de 19,1% no poder de compra, que passou de 5,51 quilos para 4,46 quilos de milho. Em relação ao farelo de soja, o suinocultor paulista encerrou agosto com a possibilidade de comprar 3,66 quilos do derivado por quilo de suíno, o que representa queda de 24,4% sobre 29/jul, quando era possível a troca por 4,84 quilos. Para o produtor catarinense, houve redução de 19% na relação de troca, de 4,06 para 3,29 quilos de farelo.
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