Redação (14/01/2009)- Depois de o Chile ter suspendido as importações de carne suína do Brasil em 2005 por conta dos casos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e Paraná, a retomada dos negócios está mais próxima. A expectativa é do próprio Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que prevê para as próximas semanas o início dos embarques de carne suína do Brasil para o mercado chileno.
Em documento enviado ao Ministério da Agricultura, ao qual a Agência Estado teve acesso, o chefe da divisão de agricultura e produtos de base do MRE, Ricardo de Souza Monteiro, diz esperar que nas próximas semanas sejam efetuadas as primeiras importações chilenas de carne suína brasileira, provenientes de frigoríficos de Santa Catarina, habilitados pelas autoridades sanitárias em julho de 2008.
O motivo de comemoração é que Japão e Coréia do Sul voltaram a importar carne suína do Chile, o que abre espaço para que o Brasil volta a fornecer alguns cortes para o mercado chileno. O Chile deixou de vender para seus principais mercados após serem identificados três casos de dioxina em níveis superiores aos limites aceitáveis. "O mercado chileno é muito importante para nós. Em meio à redução das exportações para a Rússia, abrir o mercado do Chile vai ser muito positivo para a suinocultura brasileira neste ano", disse Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Suínos (Abipecs).
O fato provocou sérias dificuldades na indústria processadora chilena. A Agrosuper, maior produtora e exportadora de carne suína e de frango do país, chegou a antecipar as férias de 600 trabalhadores, devido a redução da demanda por seus produtos no mercado internacional.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, em 2007, as exportações chilenas de carne suína alcançaram volume de 112,53 mil toneladas, com receita de US$ 360,4 milhões.