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Com preço mais competitivo, consumo de carne suína cresceu nos últimos dois anos

Em 2022 o consumo per capta deve chegar a 20kg, com a carne suína cada vez mais frequente na mesa do consumidor brasileiro.

Com preço mais competitivo, consumo de carne suína cresceu nos últimos dois anos

A crise da suinocultura, que começou no primeiro semestre de 2021, adentrou o ano de 2022, com custos em alta e preço pago ao produtor insuficiente para determinar margens positivas na atividade.

O presidente da Associação Brasileira dos criadores de suínos (ABCS), Marcelo Lopes conta que mesmo em ritmo menor que nos dois anos anteriores, o aumento da produção, com exportações em patamar similar ao do ano passado, determinou crescimento expressivo da disponibilidade interna de carne suína, justamente num momento de crise econômica, com queda de poder aquisitiva da população.

Para Lopes o lado bom da crise foi o aumento da competitividade da carne suína, com o preço da carcaça se aproximando muito do frango. “Isto fez com que o consumo per capita de carne suína, nos últimos 2 anos, aumentasse significativamente. Devemos nos aproximar dos 20 kg este ano, atingindo um novo patamar, com a carne suína cada vez mais frequente na mesa do consumidor brasileiro”, conta.

Os custos de produção pressionaram muito os produtores de suínos em 2022, para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, além dos custos de embalagens de plástico e papelão, do diesel, energia elétrica e outros, o aumento de mais de 100% nos custos do farelo de soja e do milho colocaram ao setor um desafio histórico, frente a novos patamares de preços e a necessidade de construção de estratégias para evitar penalizar ainda mais o consumidor, que sofre com a perda de poder de compra.

Lopes detalha que o milho e farelo de soja, os principais insumos da atividade, mesmo com a boa safra brasileira, se mantiveram em patamar elevado, pois o mercado internacional de commodities esteve bastante inflacionado com a eclosão da guerra Rússia-Ucrânia, dentre outros fatores.

Os produtores tiveram poucas janelas de oportunidade para adquirirem insumos a preços mais baixos e, apesar da crise longa e profunda, a produção não parou de crescer ao longo do ano, demonstrando bastante resiliência do setor.

Santin conta que o setor produtivo de suínos buscou a viabilização das importações dos insumos para compensar as altas especulativas internas.

Como contramedida, requereu ao Ministério da Agricultura o estabelecimento de um sistema de informações antecipadas das exportações, para evitar os efeitos perversos que suspeitas de “altas expressivas de exportações” que não se confirmam impactem quem produz alimentos e quem os consome.” Infelizmente, ainda enfrentamos uma situação que, como disse em outras oportunidades, estabelece um novo patamar de preços para os alimentos.

Durante a pandemia, grande parte das empresas assimilaram custos e produziram no vermelho. Mas isto não é sustentável, o que as obrigaram ao inevitável repasse de custos”

Leia a matéria completa no Anuário 2023 da Revista Suinocultura Industrial