Redação (15/01/2009)- O comércio entre o Brasil e os países árabes fechou 2008 com crescimento significativo nas exportações (41%), importações (62,2%) e na corrente comercial (51,2%). A partir desses resultados, o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Antônio Sarkis Jr., afirma que a crise financeira internacional ainda não foi capaz de afetar o relacionamento comercial entre as duas regiões. Ao contrário, as perspectivas são positivas para 2009.
“O Brasil apresenta grandes possibilidades de sair bem desta turbulência mundial. O País conta com um sistema financeiro confiável, bem regulamentado e sólido. Além disso, somos grandes produtores de commodities, principalmente agrícolas, que continuarão a ser demandadas pela população mundial”, analisa.
No caso específico do relacionamento com os árabes, Sarkis lembra que o Brasil possui uma posição consolidada e tradicional de parceria com a região, principalmente no fornecimento de commodities. “Este fato é muito importante para os árabes, em razão da confiança adquirida ao longo dos anos. Além disso, o valor atual do dólar frente ao real nos dará mais competitividade.”
O presidente da Câmara Árabe lembra, ainda, que as nações árabes deverão sofrer menos com a crise, dado o acúmulo de reservas, que garantirá liquidez e uma situação financeira mais confortável.
Comércio exterior em alta
Os números consolidados pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira , a partir de dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mostram que as exportações brasileiras para os países árabes atingiram US$ 9,8 bilhões no ano passado. De acordo com Sarkis, o desempenho é superior ao das vendas externas brasileiras no geral. “Ao longo de 2008, enquanto as exportações brasileiras para os países árabes cresceram 41%, as vendas do Brasil para o mundo tiveram evolução de 23%”, afirma.
A importância dos países árabes para o comércio exterior brasileiro pode ser auferida pela participação recorde dessas nações no total das exportações (5%) e corrente comercial brasileiras (5,5%) com o restante do mundo. “Nossas exportações para os árabes cresceram 143% de 2004 até o final do ano passado”, lembra o presidente da Câmara Árabe.
Os principais destinos das exportações brasileiras para os árabes também tiveram aumento em 2008. As vendas para a Arábia Saudita totalizaram US$ 2,5 bilhões, ficando 73,4% acima do registrado em 2007. Em seguida vêm o Egito (US$ 1,4 bilhões; +13,75%), Emirados Árabes Unidos (US$ 1,32 bilhões; +10,56%), Argélia (US$ 632,50 milhões; +26,2%) e Kuwait (US$ 632,30 milhões; +174%).
O grupo de carnes, açúcar, minérios, ferro e aço e veículos são os principais itens exportados pelo Brasil. Os dados consolidados apontam, ainda, a relevância do agronegócio, que responde por aproximadamente 62% do total, onde despontam a carne de frango, o açúcar, a carne bovina, o óleo de soja e os cereais.
Com montante também significativo, as importações feitas pelo Brasil dos países árabes somaram US$ 10,5 bilhões em 2008. O grupo dos cinco principais países fornecedores é liderado pela Arábia Saudita, que embarcou para o Brasil um total de US$ 2,9 bilhões, com crescimento de 70,4% ante 2007. Compõem ainda esse ranking a Argélia (US$ 2,50 bilhões; + 11,6%), Líbia (US$ 1,40 bilhão; + 40,8%), Iraque (US$ 1,19 bilhão; +336,2%) e Marrocos (US$ 1,14 bilhão; +115%). Os combustíveis minerais lideram os produtos fornecidos, seguidos pelos fertilizantes, o grupo de terras, pedras e cimento, além de químicos inorgânicos e alumínio.
O intenso intercâmbio entre o Brasil e os países árabes é visível no resultado da corrente comercial, que totalizou US$ 20,3 bilhões. O crescimento foi de 51,2% em relação a 2007, contribuindo para consolidar a importância desse relacionamento entre árabes e brasileiros para a balança comercial do País. As informações são da assessoria de imprensa da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.