O setor suíno global enfrenta um período de desafios significativos, com a China e os Estados Unidos, dois dos maiores produtores e importadores de carne suína do mundo, registrando grandes perdas.
A China, que lidera tanto na produção quanto na importação dessa carne, viu sua indústria perder em média mais de US$ 30 por cabeça nos últimos meses, resultando em uma redução dramática do rebanho de porcas.
Dados recentes do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China revelam que o rebanho reprodutor nacional caiu 0,6% apenas em fevereiro, uma diminuição de 242 mil cabeças, totalizando uma redução de 7,9% desde o final de 2022. A situação sugere uma liquidação contínua, potencialmente superando a marca de 3,1 milhões de porcas perdidas.
Nos Estados Unidos, o cenário também é desafiador. O abate oficial de porcas em fevereiro foi de 274,1 mil, um aumento significativo em relação ao ano anterior. Esse crescimento nos abates indica uma redução no rebanho reprodutor, com estimativas apontando para uma queda de 100 mil porcas até 1º de março de 2024, comparado ao trimestre anterior.
Essa diminuição representa uma perda significativa para a indústria americana, que vem enfrentando uma média de perdas de US$ 30 por cabeça, acumulando mais de US$ 5 bilhões em prejuízos.
A situação tem impacto direto nos preços do mercado, com o preço médio nacional do suíno nos EUA atingindo 82,88 centavos de dólar por libra-peso, o mais alto registrado em um longo período.
Apesar dessa ligeira recuperação, a indústria luta para alcançar o ponto de equilíbrio, necessitando de lucros para sua sustentabilidade. O setor observa um aumento no preço dos suínos desmamados e para engorda, refletindo uma oferta menor e custos de alimentação reduzidos.
O contraste entre os preços da carne bovina e suína é notável, com a carne bovina custando mais que o triplo da carne suína.
Esse desequilíbrio aponta para a necessidade de uma reavaliação do sabor e da qualidade da carne suína, visando melhorar sua posição no mercado e sua atratividade para os consumidores.
A indústria suína busca uma revolução que eleve o sabor e o valor percebido da carne de porco, similarmente ao que foi alcançado com a carne bovina por meio de sistemas de classificação baseados no marmoreio.
Diante dos desafios, a indústria suína global encontra-se em um momento crítico, necessitando de inovações e estratégias que garantam sua recuperação e crescimento sustentável.
Fonte: Genesus