Os custos de produção de aves e suínos medidos pela Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa tiveram quedas em março, com a redução dos preços de farelo de soja compensando altos gastos com milho para nutrição dos animais.
“Houve uma queda de 15% e 25% no preço (do farelo de soja), embora o milho tenha continuado aumentando”, disse o analista da área de socioeconomia e responsável pelos índices de custos de produção do CIAS, Ari Jarbas Sandi.
O ICPFrango/Embrapa, índice que mede o custo de produção dos frangos, teve queda de 4,48% em março, na comparação com fevereiro, fechando a 214,78 pontos. No período, o custo de nutrição caiu 4,57%.
Já o ICPSuíno/Embrapa, que mede o custo de produção de suínos, caiu 0,40% em março, ante fevereiro, para 217,83 pontos. Somente o custo de nutrição caiu 0,41% no período.
A quantidade de farelo de soja na ração dos frangos é maior do que a utilizada para alimentar suínos, o que explica a queda mais acentuada no custo de nutrição no segmento de aves, segundo Jarbas Sandi.
Em abril e maio, a expectativa é de que os custos de produção continuem a mostrar quedas, mas o analista da Embrapa avalia que a redução esperada nos próximos meses não deve ser suficiente para que a indústria de carne suína recupere e melhore as margens de lucro.
O aumento da produtividade da carne suína no Brasil, enquanto a demanda interna permaneceu enfraquecida, colaborou para reduzir os preços do produto. No mercado externo, embora as exportações estejam aquecidas, os preços pagos pela carne também não têm sido favoráveis aos produtores brasileiros, em momento de alta nos custos de produção, conforme explicou Jarbas Sandi.
A expectativa da indústria de proteína animal brasileira é de que a safrinha de milho, prevista para ocorrer nos próximos meses, aumente a oferta do grão no mercado interno, reduzindo os preços do produto e os custos com nutrição de animais.
No início do ano, os produtores de milho intensificaram as exportações do grão diante da alta taxa de câmbio. Isso provocou redução da oferta interna do produto, com elevação dos preços do milho, prejudicando os setores de proteína animal.