Em um pregão morno, com os operadores aguardando novidades sobre a produtividade das lavouras nos Estados Unidos, soja e milho fecharam em alta na bolsa de Chicago, amparados em dados positivos sobre as exportações americanas.
A soja encontrou suporte em uma “venda relâmpago” feita pelo país, o que criou a expectativa da volta dos chineses às compras. O contrato da oleaginosa para novembro, que é hoje o mais negociado, subiu 0,21% (2,75 centavos de dólar), a US$ 13,2850 o bushel.
Mais cedo, exportadores americanos reportaram a negociação de 300 mil toneladas de soja para destinos não revelados (o que o mercado costuma interpretar como a China), de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A entrega está prevista ainda para esta safra, que termina oficialmente em 31 de agosto. Os comerciantes do país são obrigados a informar qualquer negociação acima de 100 mil toneladas.
O USDA também informou em seu relatório semanal de exportações que as negociações de soja na semana encerrada no dia 29 somaram 11,4 mil toneladas em novos contratos referentes à safra atual. O resultado representa uma queda de 33% em relação à semana anterior.
Para entrega na safra 2021/22, que começa em setembro, os EUA registraram vendas de 424,8 mil toneladas de soja. As entregas da commodity no período ficaram em 215,6 mil toneladas, com queda semanal de 12%. Apesar do declínio, o número ficou dentro das expectativas de analistas consultados pelo jornal “The Wall Street Journal”.
Para o milho, o relatório semanal foi mais positivo e, segundo o USDA, as vendas para a safra atual totalizaram 68,2 mil toneladas até o dia 29. Já para entrega na próxima temporada, foram acertadas vendas líquidas de 830,2 mil toneladas. As entregas do cereal ficaram em 1,41 milhão de toneladas, aumento de 4%. Essa notícia ajudou o contrato do milho para dezembro, de maior liquidez no momento, subir 1,14% (6,25 centavos de dólar), a US$ 5,530 o bushel.
No Brasil, a Agroconsult cortou novamente sua estimativa para a colheita de milho de inverno, após duas equipes extras do Rally da Safra, expedição promovida pela consultoria, percorrerem, na segunda quinzena de julho, as principais regiões produtoras do país. A projeção agora é de 60,9 milhões de toneladas, uma queda de 4,4 milhões de toneladas na comparação com a estimativa feita em junho, no encerramento oficial do rally.
O número também representa uma quebra de 20,6% em relação à safra anterior, quando a produção foi de 76,7 milhões de toneladas. A projeção para a colheita de milho segunda safra, divulgada em janeiro, no início do rally, era de 83,9 milhões de toneladas.
Por fim, o trigo fechou seu terceiro pregão seguido em queda na bolsa de Chicago. O contrato para setembro, o mais negociado hoje, caiu 0,63% (4,50 centavos de dólar), a US$ 7,1275 o bushel. A trajetória de correção continua, e a avaliação do analista Arlan Suderman, da StoneX, é de que grande parte deste movimento é de natureza técnica.
Apesar da sequência de baixas, ele afirma que o quadro de oferta e demanda ainda oferece suporte aos preços. “Os fundamentos permanecem firmes. Espera-se que o USDA corte notavelmente suas estimativas de produção para o trigo da primavera dos EUA, para o trigo canadense e para a produção de trigo da Rússia no relatório de oferta e demanda da próxima semana”, disse ele à Dow Jones Newswires.