O dólar opera em alta nesta quarta-quarta (30), enquanto os operadores monitoravam a aversão a risco no exterior e os ruídos políticos domésticos. Apesar da alta, a moeda norte-americana caminha para fechar junho em queda de 5% frente ao real, o que marcará seu terceiro mês consecutivo de desvalorização.
Às 9h07, a moeda norte-americana subia 0,44%, cotada a R$ 4,9637.
Na terça-feira, o dólar fechou em alta de 0,29%, a R$ 4,9419. Na parcial do mês, o recuo é de 5,41%. Em 2021, a queda é de 4,73%.
No trimestre, a moeda acumula recuo de mais de 12%, o mais intenso desde o segundo trimestre de 2009 (-15,80%), quando os mercados domésticos e globais começavam a se recuperar da chacoalhada decorrente da crise financeira que havia estourado no ano anterior, destaca a agência Reuters.
Neste pregão, o Banco Central fará leilão de swap tradicional para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em janeiro e maio de 2022.
Cenário
No exterior, os investidores aguardam dados sobre a criação de empregos no setor privado em busca de pistas sobre a saúde do mercado de trabalho norte-americano e o futuro do suporte da política monetária nos EUA.
Por aqui, o IBGE divulgou que o desemprego ficou em 14,7% no trimestre encerrado em abril, mantendo-se em patamar recorde.
O Tesouro Nacional anunciou na noite de terça-feira (29) a emissão de US$ 2,25 bilhões em títulos da dívida externa em sua primeira captação do ano no mercado internacional.
Na última pesquisa Focus do Banco Central, analistas de mercado esperam dólar de R$ 5,05 nos próximos meses e de R$ 5,10 ao fim do ano. Mas alguns players veem cenário mais benigno. Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para a América Latina do BNP Paribas, por exemplo, projeta taxa de câmbio de R$ 4,75 ao término de 2021, citando a perspectiva a perspectiva de alta da Selic e ainda o benefício derivado também dos preços valorizados das commodities.
O Banco Central elevou a Selic para 4,25% ao ano neste mês, e a expectativa do mercado é que a taxa chegue a 6,50% até dezembro.
Na cena política, o governo exonerou o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, citado como autor de pedido de propina a empresa para assinar contrato de vacina com o ministério.