O dólar opera em forte alta nesta segunda-feira (19), em meio à aversão ao risco no exterior diante do aumento nos casos globais de Covid-19, o que levanta novas preocupações sobre a desaceleração do crescimento econômico.
Às 9h25, a moeda norte-americana subia 1,52%, vendida a R$ 5,1933. Na máxima, a moeda foi cotada a R$ 5,1953.
Na sexta-feira, o dólar fechou em estabilidade, cotado a R$ 5,1154. No acumulado da semana passada, a moeda norte-americana terminou em forte queda de 2,27%. No mês, a divisa tem avanço de 2,87%. No ano, recuo é de 1,38%.
Cenário
A aversão ao risco é provocada por novas notícias de aumentos preocupantes no número de casos de Covid-19 ao redor do mundo por causa da variante Delta, ainda mais infecciosa que as anteriores. Investidores temem que o ressurgimento das contaminações prejudique o ritmo da recuperação econômica global.
Vários países europeus, incluindo França e Espanha, além de Holanda e Grécia, anunciaram novas restrições sociais para combater a variante delta na semana passada.
Os investidores têm monitorado ainda a trajetória de inflação dos Estados Unidos e os rumos da política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
Caso o Fed decida adotar uma postura mais dura para conter a inflação, reduzindo seu estímulo e elevando os juros mais cedo do que o esperado, os mercados financeiros de economias emergentes tendem a ser impactados com o redirecionamento de recursos para os Estados Unidos, com efeitos diretos no mercado de câmbio de países como o Brasil.
No cenário local, analistas do mercado financeiro elevaram para 6,31% a estimativa de inflação em 2021, ao mesmo tempo em que passaram a ver um crescimento de 5,27% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Já para a Selic, a taxa básica de juros da economia, o mercado elevou a previsão pela segunda semana seguida. A expectativa é de a taxa chegar a 6,75% ao fim deste ano.
Para a taxa de câmbio, a estimativa para o fim de 2021 se manteve em R$ 5,05. Para 2022, é de R$ 5,20.